11/11/2008

Quase metade das estudantes usou pílula do dia seguinte

Redação do Diário da Saúde

Pílula do dia seguinte

Mesmo sendo recomendada pelo Ministério da Saúde apenas como método de anticoncepção de emergência, a chamada pílula do dia seguinte foi utilizada por 44,9% das estudantes da USP e metade fez uso do contraceptivo mais de uma vez.

A revelação foi feita por meio de um estudo realizado por cinco pesquisadores da Escola de Enfermagem da USP. "Verificou-se que o uso da anticoncepção de emergência foi associado a ter tido dois ou mais parceiros sexuais, a conhecer alguém que já tinha utilizado e a já ter deixado de usar o preservativo masculino em alguma relação sexual," afirmam os pesquisadores em um artigo publicado na revista Texto & Contexto - Enfermagem.

Sem prescrição médica

A pesquisa ouviu 196 alunas da USP, com idade média de 21,6 anos, solteiras e com vida sexual ativa. A maioria (44,6%) se declara como católica.

A iniciativa de usar a pílula do dia seguinte foi da própria mulher em 98,0% dos casos. O medicamento foi adquirido em farmácias (94,1%), sem prescrição médica.

"Em relação aos motivos que levaram ao seu uso, 47,1% relacionaram a falhas no método utilizado, 27,5% responderam que houve esquecimento de usar algum método e 25,5% atribuíram o uso, principalmente, à insegurança em relação à eficácia do método que haviam utilizado na relação sexual," afirmam os pesquisadores.

Diminuição do uso da camisinha

A pesquisa verificou uma queda no uso da camisinha ao longo das relações sexuais, com aumento do uso da pílula anticoncepcional tradicional. Nas relações mais duradouras verificou-se uma espécie de "negociação" entre os parceiros.

"Pode-se considerar que, no contexto do namoro, os jovens "negociam" a substituição da camisinha com seus parceiros mais "fixos", em que o casal sela uma relação de compromisso, baseada na fidelidade, no "respeito" entre os parceiros e na confiança," afirma o estudo.

Escolaridade e comportamento sexual

O estudo revela também que não há relação entre a escolaridade e os conhecimentos adquiridos na universidade - mesmo entre as alunas de enfermagem - e os métodos contraceptivos adotados na prática.

Os cientistas concluem o uso dos métodos contraceptivos entre as estudantes é um evento complexo, com idas e vindas, alternâncias de uso e de não-uso de métodos de prevenção de gravidez e transmissão de doenças. As jovens estão inseridas em contextos de namoro e amor, nem sempre em monoparcerias. Mesmo o relacionamento mais estável da juventude - o namoro - não leva necessariamente ao planejamento das relações sexuais nem ao uso regular de anticoncepção.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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