13/02/2016

Questionado uso de larvicidas e fumacê contra Aedes aegypti

Com informações da Agência Brasil

Só fumaça

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) criticou o uso de larvicidas e nebulizações químicas, conhecidas como fumacê, no combate ao mosquito Aedes aegypti.

Por meio de nota, a entidade destacou que a aplicação do fumacê, utilizada há décadas no país, não conseguiu sucesso no combate ao pernilongo e, portanto, não diminui a infestação, além de provocar sérios danos à população.

"Foi determinado o estado de emergência em saúde pública de importância nacional, desencadeando a intensificação do controle vetorial do Aedes aegypti, dentro da mesma abordagem utilizada para a dengue e que, há cerca 40 anos, é realizada sem efetividade para os objetivos pretendidos," defende a entidade.

Falta de urbanização

A Abrasco defende que, no lugar do uso do fumacê, sejam implementadas ações de saneamento ambiental e fornecimento regular de água.

O quadro sanitário no qual emerge a epidemia de microcefalia, segundo a nota, deve ser analisado considerando-se graves problemas que estão presentes na realidade socioambiental em que ocorreram os casos e no modelo operacional de controle vetorial.

"A distribuição espacial por local de moradia das mães dos recém-nascidos com microcefalia (ou suspeitos) é maior nas áreas mais pobres, com urbanização precária e com saneamento ambiental inadequado, com provimento de água de forma intermitente, fato que leva essas populações ao armazenamento domiciliar inseguro de água, condição muito favorável para a reprodução do Aedes aegypti, constituindo-se em criadouros que não deveriam existir e que são passíveis de eliminação mecânica," diz a nota.

Saber aplicar

O Ministério da Saúde, por sua vez, informou que o processo de nebulização espacial é utilizado para combater o Aedes já na fase adulta e que a melhor forma de controlar a infestação é não deixar o mosquito nascer.

"Após o nascimento, as operações de controle são mais difíceis, custosas e com efetividade diminuída. Por isso, a aplicação da nebulização espacial deve ser um incremento à inspeção mecânica de criadouros," esclareceu o Ministério.

"A técnica de nebulização espacial representa um risco bastante reduzido à população geral, uma vez que a quantidade de produto utilizada é considerada pequena. As atuais formulações utilizadas são à base de água, não havendo risco de ser inflamável," acrescenta a nota do Ministério.

A eficácia do fumacê depende da observância de uma série de detalhes técnicos, como horário de aplicação (pouco antes e pouco após o nascer ou o pôr do sol), regulagem do equipamento, controle de qualidade do spray, velocidade do vento e capacitação técnica dos aplicadores, entre outros.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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