23/01/2014

Descobertos receptores de cheiros nos pulmões

Redação do Diário da Saúde

Mistérios do olfato

Os cientistas simplesmente não sabem exatamente como sentimos os cheiros, o que faz do olfato um dos maiores mistérios do corpo humano.

Como sempre apontamos o nariz na direção de algo que queremos cheirar, é bastante óbvio que é lá que se concentra a maior parte dos nossos sensores olfativos.

Porém, no ano passado, uma equipe de cientistas alemães descobriu que, na verdade, há sensores olfativos também nos nossos corações e pulmões, e até no nosso sangue.

Agora, uma equipe de duas universidades norte-americanas (Washington e Iowa) descobriu detalhes dos receptores olfativos que temos nos pulmões.

Olfato que faz tossir

As células olfativas do pulmão são bem parecidas com aquelas que temos no nariz mas, em vez nos dar vontade de tomar uma xícara de café ou comer um bolo, elas podem nos fazer tossir.

Ao contrário dos receptores olfativos do nariz, que estão localizados nas membranas das células nervosas, os receptores olfativos dos pulmões estão nas membranas das células neuroendócrinas.

Receptores olfativos descobertos nos pulmões
Diagrama do revestimento das vias aéreas sugere como as células neuroendócrinas pulmonares (vermelhas) desencadeiam uma resposta a produtos químicos inalados. Quando um produto químico (triângulo laranja) se liga a um receptor (preto) eles despejam compostos químicos (setas laranja finas), que têm um efeito imediato, mas localizado, em músculos (azul) e nervos (rosa), possivelmente desencadeando respostas, tais como a tosse.
[Imagem: Ben-Shahar]

Assim, em vez de enviar impulsos nervosos para o cérebro, fazendo com que percebamos o cheiro incômodo de um cigarro nas proximidades, por exemplo, eles acionam células neuroendócrinas que despejam hormônios que fazem as vias aéreas se contrair.

"Nós esquecemos que o projeto do nosso corpo é um tubo dentro de um tubo, de forma que os nossos pulmões e nosso intestino estão abertos para o ambiente externo. Embora eles estejam dentro de nós, eles são realmente parte da nossa camada externa. Assim, eles constantemente sofrem agressões ambientais e faz sentido que tenhamos desenvolvido mecanismos para nos proteger," disse Yehuda Ben-Sharar, membro da equipe.

Células neuroendócrinas pulmonares

As células recém-descobertas, que expressam receptores olfativos nas vias respiratórias humanas, foram batizadas de células neuroendócrinas pulmonares (CNEP).

As CNEP parecem ser sentinelas, guardas cujo trabalho é eliminar ou evitar produtos químicos irritantes ou tóxicos.

Essas células também podem ser as responsáveis pela hipersensibilidade química que caracteriza as doenças respiratórias, tais como doença pulmonar obstrutiva crônica e asma.

Os receptores de odor nas células pulmonares poderão ainda ser um alvo terapêutico: os pesquisadores sugerem que, bloqueando-as, pode ser possível evitar alguns ataques, inclusive alérgicos, permitindo que as pessoas reduzam o uso de esteroides ou broncodilatadores.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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