27/11/2015

Aparelhos de monitorar saúde podem ser inúteis, dizem especialistas

Redação do Diário da Saúde
Aparelhos de monitorar saúde podem ser inúteis, dizem especialistas
Embora os monitores de saúde portáteis já tenham chegado ao mercado, protótipos mais recentes apontam para biochips implantáveis, para monitorar a saúde continuamente.
[Imagem: Cortesia EPFL]

Monitores da saúde

Se você está pensando em comprar um relógio inteligente ou outro tipo de aparelho eletrônico que promete monitorar sua saúde, talvez seja melhor pensar duas vezes.

Uma reportagem da revista Technology Review, editada pela renomada universidade MIT, dos EUA, onde engenheiros das mais diversas formações dedicam-se a criar todo tipo de parafernália eletrônica, alerta que os dados coletados por esses aparelhos podem simplesmente não ser úteis.

A revista alerta para dois problemas: a falta de precisão dos aparelhos e a falta de preparo dos médicos para lidar com a grande quantidade de dados que eles geram.

Não é aparelho médico

O primeiro problema, e eventualmente o mais sério, é que muito poucos dos aparelhos sendo comercializados têm o nível de precisão e confiabilidade que se esperaria de um dispositivo de grau médico.

E, mesmo os que têm, não podem ter a palavra final.

Ocorre que os dispositivos portáteis que prometem monitorar a saúde não exigem os mesmos padrões de confiabilidade estipulados pelas autoridades de saúde, tais como o medidor de pressão arterial tradicional usado nos consultórios médicos. E, portanto, não podem ser usados para fundamentar diagnósticos.

Aparelhos de monitorar saúde podem ser inúteis, dizem especialistas
Essa tatuagem eletrônica promete monitorar a gravidez em tempo real, mas ainda está longe da comercialização.
[Imagem: John Rogers]

Dados inúteis

O segundo problema é que há dúvidas sobre a utilidade dos dados coletados, e os médicos não estão aparelhados para lidar com essa enxurrada de informações.

"Eles chegam com essas planilhas de Excel enormes, com toda essa informação que eu não tenho ideia de como usar," comenta o Dr. Andrew Trister, oncologista da organização de pesquisa médica sem fins lucrativos Sage Bionetworks, que chama os pacientes apaixonados por tecnologia de "autoquantificados".

Trister diz que é muito difícil, clinicamente, interpretar as tendências que surgem dos dados coletados pelos aparelhos.

"Os médicos não podem fazer muita coisa com o número de passos que você deu em um dia", acrescenta Neil Sehgal, pesquisador da Universidade da Califórnia em São Francisco e especialista em saúde pública.

Promessas

Os especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que há alguns bons prognósticos para aparelhos que têm como alvo uma coisa específica, como uma pulseira eletrônica que monitora a condutância da pele, o que revela níveis de estresse.

Mas a promessa de monitorar doenças crônicas, por exemplo, ainda não foi cumprida pelos "aparelhos de vestir".

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