28/01/2008

Criado genoma artificial, rumo a uma forma artificial de vida

Agência FAPESP
Criado genoma artificial, rumo a uma forma artificial de vida

[Imagem: Gibson Group]

Genoma sintético

Um grupo de cientistas nos Estados Unidos conseguiu criar uma cópia artificial do genoma completo da bactéria Mycoplasma genitalium. A versão sintética foi descrita na quinta-feira no site da revista Science.

Embora a síntese química de genes seja rotineira, até então os únicos genomas sintéticos completos obtidos eram de vírus. O M. genitalium é a bactéria com o menor genoma entre todos os organismos independentes usados em cultura, mas ainda assim conta com mais de 580 mil pares de base.

Microrganismos sintéticos

O estudo descreve um método que poderá permitir a outros pesquisadores gerar moléculas de DNA muito maiores do que era possível até então. Segundo a Science, o trabalho representa um importante passo rumo à criação de microrganismos sintéticos que poderão ser usados para a produção de biocombustíveis, na limpeza de lixo tóxico ou no seqüestro de carbono, entre muitas outras aplicações potenciais.

O grupo do Instituto J. Craig Venter, liderado por Daniel Gibson, sintetizou quimicamente, in vitro, grandes pedaços do genoma da bactéria com tamanhos diferentes, cada um representando um oitavo ou um quarto da seqüência completa.

Cromossomos artificiais

As cópias foram armazenadas em cromossomos artificiais dentro da bactéria Escherichia coli. Em seguida os pesquisadores montaram as peças em cultura de levedura, empregando o próprio mecanismo celular do organismo para ajudar na tarefa.

O agrupamento foi isolado e seqüenciado, resultando em um clone da bactéria original. O resultado foi denominado Mycoplasma genitalium JCVI-1.0, ou seja, a primeira versão do mesmo feita pelo instituto (com suas iniciais em inglês).

"Um clone com a seqüência correta foi obtido. Os métodos descritos [no artigo] serão úteis para a construção de grandes moléculas de DNA a partir de peças sintetizadas quimicamente e também nas combinações de segmentos de DNA naturais e sintéticos", descreveram os autores.

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