12/02/2020

Glóbulos vermelhos super-humanos levam medicamentos a alvos específicos dentro do corpo

Redação do Diário da Saúde
Glóbulos vermelhos super-humanos levam medicamentos a alvos específicos dentro do corpo
O pesquisador ilustra o conceito básico: abrir um glóbulo vermelho natural e inserir o medicamento em seu interior.
[Imagem: McMaster University]

Super-humano

Pesquisadores desenvolveram um processo para modificar os glóbulos vermelhos, para que eles possam ser usados para distribuir medicamentos por todo o corpo, criando híbridos que podem alvejar especificamente infecções ou tratar doenças, do câncer ao Alzheimer.

Os glóbulos vermelhos modificados foram projetados para circular no corpo por várias semanas, buscando seus alvos, incluindo bactérias e tumores, mas também órgãos específicos.

Segundo seus criadores, a tecnologia resolve um grande problema com os métodos atuais de administração de medicamentos que usam moléculas sintéticas, que não conseguem atingir alvos específicos ou são rejeitados pelo organismo.

"Nós os chamamos de glóbulos vermelhos super-humanos. Acreditamos que eles podem funcionar como portadores invisíveis de drogas perfeitos, que podem ser mais espertos do que o nosso sistema imunológico," disse o professor Maikel Rheinstädter, da Universidade McMaster (Canadá).

Célula híbrida

A técnica, ainda em seus primeiros estágios de desenvolvimento, envolve abrir os glóbulos vermelhos naturais, modificar sua parede celular externa e substituir seu conteúdo por uma molécula de medicamento. E então inserir o glóbulo vermelho modificado de volta no corpo.

Glóbulos vermelhos super-humanos levam medicamentos a alvos específicos dentro do corpo
A superfície do glóbulo vermelho híbrido é projetada para grudar em cada alvo específico.
[Imagem: McMaster University]

A célula híbrida se parece e se comporta como um glóbulo vermelho normal, mas tem uma superfície "pegajosa", que pode se ligar a bactérias, por exemplo, abrindo e liberando os antibióticos exatamente onde são necessários.

"Nós combinamos material sintético com material biológico e criamos uma nova estrutura, que nunca foi feita antes dessa maneira," disse o pesquisador Sebastian Himbert. "Todo o processo é muito eficiente e pode ser concluído em um dia no laboratório".

Os pesquisadores acreditam que esse método de entrega direcionada pode ajudar a minimizar as dosagens de remédios e, portanto, os possíveis efeitos colaterais. Isso é particularmente importante para medicamentos muito potentes usados no câncer e na doença de Alzheimer, e no tratamento de infecções de bactérias resistentes.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Hybrid Erythrocyte Liposomes: Functionalized Red Blood Cell Membranes for Molecule Encapsulation
Autores: Sebastian Himbert, Matthew J. Blacker, Alexander Kihm, Quinn Pauli, Adree Khondker, Kevin Yang, Sheilan Sinjari, Mitchell Johnson, Janos Juhasz, Christian Wagner, Harald D. H. Stöver, Maikel C. Rheinstädter
Publicação: Advanced Biosystems
Vol.: 1900185
DOI: 10.1002/adbi.201900185
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