08/11/2021

Broncoscópio robótico navega pelo corpo para encontrar tumores e administrar bioterapias

Redação do Diário da Saúde
Broncoscópio robótico navega pelo corpo para encontrar tumores e administrar bioterapias
O minúsculo aparelho adentra pelos brônquios, encontrando tumores que não seriam localizados por outras técnicas. [Imagem: Clinica Mayo]

Broncoscópio robótico

Um broncoscópio, um aparelho controlado remotamente, funcionou como um sistema de GPS, saindo à procura de massas pulmonares difíceis de encontrar e realizando a biópsia com precisão.

O aparelho representa uma nova tecnologia para encontrar o câncer em estágio inicial e tratá-lo com bioterapias regenerativas, que estimulam a cura.

"Antigamente, não tínhamos uma forma confiável de alcançar estes nódulos nos pulmões pelas vias aéreas. Já este cateter é muito pequeno, alcança quase tudo e é capaz de acessar os nódulos pulmonares e realizar a biópsia neles," disse a Dra Janani da Clínica Mayo (EUA). "É muito semelhante a conduzir um carro, tendo uma visão normal da rua, com a ajuda do GPS dizendo-lhe em tempo real onde virar à direita e à esquerda para chegar ao seu destino".

Antes disso, porém, foi necessário criar os mapas do interior do corpo, o que a equipe fez usando inteligência artificial para analisar imagens de tomografias computadorizadas tiradas de pacientes com tumores.

Com os trajetos traçados na memória, o computador direciona o cabo de fibra óptica do broncoscópio robótico, indicando um trajeto até os pequenos nódulos que os broncoscópios manuais podem não detectar. O cirurgião conduz o broncoscópio com um controle remoto, rastreando o seu trajeto pelos pulmões em tempo real através de uma tela.

Assim, a biópsia é realizada pelas vias aéreas, e não pela pele, o que pode ajudar os pacientes a ter uma maior tolerância.

Bioterapias

Paralelamente ao aprimoramento do aparelho, a equipe está trabalhando para desenvolver bioterapias que, no futuro, poderão ser realizadas por meio desses broncoscópios robóticos.

A nova tecnologia traz esperança àqueles que precisam do tratamento com terapias restaurativas para combater células cancerígenas, mas preservando o tecido saudável circundante.

O objetivo de longo prazo é fornecer as primeiras bioterapias do mundo, proporcionando novas curas, com tratamentos que podem ser realizados por broncoscópios em áreas complexas nos pulmões e em outras partes do corpo.

A equipe está focando especialmente na produção de sete tipos de bioterapias, todas ainda em fase inicial de desenvolvimento:

  • Terapias celulares em doenças não malignas, tais como células-tronco mesenquimais, matrizes e células dendríticas.
  • Terapias celulares em doenças malignas, como a terapia de células T com receptor de antígeno quimérico.
  • Terapia genética, incluindo engenharia genética e vírus reprojetados.
  • Vesículas extracelulares que transmitem mensagens de cura às células.
  • Engenharia de tecidos e biomateriais.
  • Biologia microbiana sintética, que reprojeta organismos para atender às necessidades médicas.
  • Fagoterapia, que envolve vírus especiais que atacam infecções bacterianas específicas.

Os próximos passos envolverão ensaios clínicos de maior amplitude com o broncoscópio robótico, para confirmar se o cateter robótico pode proporcionar uma bioterapia segura, além de verificar quais terapias podem ser mantidas para favorecer a cura antes da cirurgia.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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