08/04/2020

Um terço das pessoas entre 10 e 40 anos não tem anticorpos contra sarampo

Redação do Diário da Saúde

Menos vírus, menos imunidade

Quase um terço dos indivíduos com idade entre 10 e 40 anos, pesquisados no interior de São Paulo, não apresenta anticorpos contra o sarampo.

Os resultados indicam que, enquanto 32,9% das pessoas com menos de 40 anos não têm imunidade contra a doença, a presença de anticorpos no grupo com mais de 50 anos chega a 99%.

"Considerando o total dos indivíduos vacinados, 39,3% não apresentavam imunidade contra o sarampo e 20,2% careciam de anticorpos para rubéola. Esses percentuais são suficientes para proteger a população da rubéola, mas não do sarampo. Vamos lembrar que a vacina combinada contra sarampo, rubéola e caxumba faz parte do cronograma nacional de vacinação do Brasil," disse Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp).

Segundo o pesquisador, o estudo sugere que há uma correlação entre a criação de anticorpos, a vacinação e a exposição da pessoa ao vírus.

Os indivíduos com idade superior a 50 anos, que tiveram essa exposição ao longo da vida, apresentaram um percentual de imunidade muito maior do que os grupos mais jovens, mesmo quando vacinados.

Curiosamente, os mais jovens foram menos expostos ao vírus justamente pela eficácia obtida com o processo de vacinação, que praticamente eliminou a doença. Mais recentemente, contudo, a doença reapareceu, com vários surtos ao redor do mundo, possivelmente porque agora a imunidade da população diminuiu.

"Essa taxa relativamente alta de soronegatividade [ausência de anticorpos] precisa ser investigada. Mas a vacinação é o grande recurso que temos e uma providência que não pode ser descartada de forma alguma," afirma Nogueira.

Entre as possibilidades da queda na imunização têm sido apontadas, além da menor exposição ao vírus, a diminuição no índice de cobertura - embora a queda no número de pessoas vacinadas não atinja nível tão elevado -, a queda no poder de imunização da vacina e eventuais efeitos cruzados com outros medicamentos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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