12/11/2012

Acompanhamento holístico: o que fazer quando a saúde se vai

Redação do Diário da Saúde

Holismo

A medicina sempre focou seus esforços na redução das dores e na extensão da vida o máximo possível.

Esse enfoque traz como efeito colateral uma equiparação não declarada da morte à derrota, o que tem ajudado a reforçar o tabu de se lidar com os momentos finais da vida.

Felizmente, é crescente a preocupação não apenas com os cuidados paliativos em sentido clínico, mas a uma série de medidas e terapias voltadas ao bem-morrer.

É o que cuidadores da saúde chamam de "acompanhamento holístico" do paciente.

O holismo é a ideia segundo a qual o homem é um todo indivisível, que não pode ser explicado pelos seus distintos componentes - físico, psicológico, emocional, espiritual etc. - considerados separadamente.

Benefícios da atenção holística

O crescimento da atenção holística ao paciente tem levado os cuidadores a se perguntarem qual é a eficácia dos diversos tratamentos, ainda considerados alternativos ou complementares à medicina convencional, para o acompanhamento da doença grave ou da morte?

O tema foi pesquisado a fundo pela psicóloga Claudia Wenzel, da Universidade Alpen-Audria, em Viena, na Áustria.

Ela realizou pesquisas quantitativas e qualitativas com profissionais de medicina complementar, gestores de asilos e profissionais médicos, realizando ainda discussões em grupo com equipes multidisciplinares em asilos alemães.

"Nós observamos um impacto positivo, tanto na percepção subjetiva do indivíduo sobre seu estado de saúde, quanto sobre as relações entre as pessoas envolvidas. Os efeitos podem ser percebidos no nível do corpo, em nível físico, em nível social, e mesmo em nível espiritual, os quais afetam e são afetados uns pelos outros," explica Claudia.

Tranquilidade geral

O uso de métodos complementares não só impacta o indivíduo que está doente ou morrendo e os prestadores de cuidados no hospital e unidades de cuidados paliativos, como também tem um efeito sobre o nível do trabalho em equipe e de toda a organização de saúde.

Ou seja, não é só o paciente que ganha com uma atenção cuidada ao processo de morrer.

Por um lado, estas abordagens tornam mais tranquilos todos os processos organizacionais dentro do hospital e, por outro, influenciam como o tempo é vivido por todos os envolvidos.

A reintegração de aspectos físicos e psíquicos é visto como benéfico, especialmente quando as pessoas chegaram ao fim de sua vida.

Morrer saudavelmente

O uso das terapias complementares pode oferecer suporte adicional, como Claudia Wenzel enfatiza: "Basicamente, é possível 'morrer saudavelmente, apesar da doença física."

"Tratamentos complementares, como musicoterapia, terapias corporais ou aromaterapia, ajudam no processo de desapego e a dizer adeus," resume Claudia, ela própria pesquisadora do Departamento de Cuidados Paliativos da universidade vienense.

O trabalho rendeu a Claudia o "Prêmio de Ciência" da Associação Alemã de Asilos e Entidades de Cuidados Paliativos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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