18/03/2020

Ajudar estranhos é mais valoroso - Desde que você não abandone um parente

Redação do Diário da Saúde
Ajudar estranhos é mais valoroso. Mas nunca abandone um parente
A felicidade aparece junto com pessoas, não com coisas. No lado prático, a felicidade é obtida por meio da bondade.[Imagem: University of California - Berkeley]

Ajudar estranhos ou parentes

Alguém que ajuda um total estranho é geralmente visto como moralmente melhor e mais confiável do que alguém que ajuda um membro da família.

Isso não parece ser exatamente uma novidade, mas acontece que isso só é verdade se quem está ajudando não tiver que escolher entre as duas opções, ou seja, entre ajudar um familiar ou ajudar um estranho.

Por meio de uma série de cinco experimentos, uma equipe de psicólogos do Boston College e da Universidade de Harvard (EUA) recrutou mais de 1.300 voluntários e pediu que eles avaliassem vários cenários de "bom samaritano". O objetivo era determinar se as obrigações familiares seriam levadas em conta nos julgamentos de caráter moral das pessoas e, em caso afirmativo, de que maneira.

Ajudar um desconhecido é melhor...

Em cada um dos cenários, os pesquisadores manipularam um elemento específico: se a pessoa que estava sendo ajudada era um estranho ou era um parente distante da pessoa que estava ajudando. As boas ações apresentadas nos testes eram cortesias básicas, como ajudar alguém a se mudar para um novo apartamento, não exigindo sacrifícios físicos ou financeiros extremos.

Na primeira série de testes, os participantes leram a respeito de cenários nos quais apenas uma pessoa - um estranho ou um parente - poderia ser ajudada. As pessoas que ajudavam um estranho foram consideradas mais moralmente boas e mais confiáveis do que as pessoas que ajudaram um membro da família igualmente merecedor.

"Nesses casos, descobrimos que as percepções do caráter moral de um ajudante mudavam claramente com base no fato de sua ajuda ser direcionada a um membro da família," descreveu Ryan McManus, membro da equipe. "Sendo todas as coisas iguais, as pessoas que ajudaram um estranho foram consideradas mais morais e mais confiáveis do que as pessoas que ajudaram um membro da família".

... mas nunca abandone a família

Em uma segunda série de testes, os participantes foram confrontados com cenários semelhantes, exceto por uma diferença: o ajudante tinha que escolher explicitamente entre ajudar um estranho ou um membro da família, deixando o outro sem auxílio - ajudar um significava renunciar à ajuda ao outro.

A adição desta opção de escolha reverteu o resultado. Os participantes julgaram que as pessoas que escolheram ajudar um estranho em detrimento de um membro da família eram menos moralmente boas e menos confiáveis do que as pessoas que optaram por ajudar um membro da família.

"O que nos impressionou foi o quão claramente os julgamentos dos participantes mudaram quando viram esses atos de bondade através das lentes de escolha entre parentes e estranhos," disse McManus.

Obrigação familiar

Os pesquisadores acreditam que esses julgamentos de caráter aparentemente contraditórios estão realmente conectados por um único princípio: a obrigação familiar.

Para testar isso, eles transferiram esse conceito de obrigação familiar para uma terceira série de testes, nos quais as pessoas simplesmente optaram por não oferecer ajuda - por exemplo, preferindo jogar videogame do que ajudar um vizinho a se mudar para um novo apartamento.

Também nesses casos, as pessoas que ignoraram as necessidades de um estranho foram julgadas menos criticamente do que as que se recusaram a ajudar um membro da família.

"A mensagem para se levar para casa deste trabalho é que, de uma perspectiva de terceiros, a maneira como pensamos sobre o caráter moral de outras pessoas depende de a quem é direcionado seu comportamento útil ou inútil," concluiu McManus.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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