15/09/2020

Alarminas: O ouro do leite materno

Redação do Diário da Saúde
Alarminas: O
A equipe comparou bebês nascidos a termo com bebês prematuros, em busca dos benefícios do leite materno.[Imagem: Sven Döring]

Alarminas

Que o leite materno fortalece o sistema imunológico da criança, cultivando sua flora intestinal, é um fato bem conhecido.

Mas como isso funciona? Quais são os mecanismos moleculares por trás desse fenômeno? E por que não é possível obter o mesmo efeito com a alimentação com mamadeira?

As respostas para essas perguntas eram desconhecidas até que uma equipe da Escola de Medicina de Hannover e da Universidade de Bonn (Alemanha) descobriram que tudo funciona com base em uma classe específica de substâncias.

E essas moléculas recebem o curioso nome de "alarminas".

"As alarminas são o 'ouro' do leite materno. Essas proteínas previnem doenças perigosas da colonização intestinal que podem levar ao envenenamento do sangue e inflamação intestinal," conta a professora Dorothee Viemann, coordenadora da pesquisa.

Flora intestinal do bebê

O sistema imunológico intestinal pós-natal, ou seja, a flora intestinal e a mucosa do recém-nascido, amadurece por meio da interação com bactérias do meio ambiente. Isso dá origem a uma diversidade ótima de bactérias que dura a vida toda, proporcionando proteção contra muitas doenças.

"As alarminas controlam esse processo de adaptação," explica a professora Viemann, explicando que esses peptídeos e proteínas vêm do leite materno e se formam completamente no trato intestinal da criança.

O processo do trabalho de parto desempenha um papel nisso, já que bebês nascidos de cesariana apresentam níveis mais baixos de alarminas do que bebês nascidos de parto normal.

Além disso, os bebês prematuros são menos capazes de produzir alarminas do que bebês nascidos a termo. Esses indivíduos serão, portanto, mais propensos a sofrer de doenças inflamatórias crônicas.

"A suplementação com essas proteínas pode dar suporte ao desenvolvimento de recém-nascidos que não produzem alarminas suficientes ou não recebem o suficiente no leite materno. Isso poderia prevenir uma série de condições de longo prazo ligadas a distúrbios da colonização intestinal, como inflamação intestinal crônica e obesidade," finalizou Viemann.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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