08/07/2020

Andar para trás ajuda pacientes com AVC

Redação do Diário da Saúde
Andar para trás ajuda pacientes com AVC
A equipe pretende agora entender como andar para trás "reseta" os circuitos cerebrais para ajudar os pacientes com derrame. [Imagem: Oluwole O. Awosika et al. - 10.1093/braincomms/fcaa045]

Andar para trás

Se você acha que andar para trás não lhe levará a lugar nenhum, é melhor começar a rever seus conceitos.

Os atletas, por exemplo, já sabem há algum tempo que andar para trás em uma esteira lhes dá força e agilidade.

Com esses resultados físicos em vista, pesquisadores da Universidade de Cincinnati (EUA) resolveram avaliar se a técnica não poderia ajudar pacientes que sofreram derrame a aprender a andar novamente.

"Do ponto de vista da neurociência, acreditamos que o treinamento em esteira andando para trás requer uma percepção contínua de onde o pé está no espaço para não cair durante o treinamento. Portanto, é possível que ele possa aumentar as respostas sensoriais, essenciais para sinalizar para as regiões do cérebro que controlam o equilíbrio e a simetria da caminhada, o que pode melhorar a velocidade da caminhada," explicou o professor Oluwole Awosika.

Ele então usou sensores para medir alterações relacionadas ao treinamento nas vias sensoriais do cérebro e da medula espinhal que afetam o equilíbrio e a posição do corpo, bem como a simetria da marcha.

Estimulação elétrica

O estudo piloto confirmou a segurança e os bons resultados dessa abordagem de reabilitação.

"O comprometimento da marcha afeta quase 66% dos sobreviventes de AVC, o que geralmente leva a quedas e lesões. São necessárias abordagens mais novas e abrangentes para melhorar a recuperação da marcha nesses sobreviventes. Esperamos que nossa pesquisa revele uma estratégia mais eficaz para ajudar esse grupo a melhorar sua qualidade de vida e alcançar a independência," disse o pesquisador.

A equipe prosseguirá os estudos na tentativa de compreender os mecanismos que o andar para trás aciona no cérebro, permitindo a recuperação, e se outras terapias poderiam ser usadas em conjunto ou isoladas, com vistas a se obter os mesmos resultados.

"Os resultados levantam questões interessantes sobre os mecanismos de aprendizagem locomotora no acidente vascular cerebral, e são necessários estudos de dosagem de estimulação com corrente direta transcutânea da coluna vertebral para entender melhor seu potencial papel como um auxiliar neuromodulatório para a reabilitação caminhando," escreveu a equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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