14/05/2024

Antibiótico comum mostra-se promissor contra dependência de drogas

Com informações do Jornal da USP
Antibiótico comum mostra-se promissor contra dependência de drogas
Esta é a primeira vez que se observa a ação do medicamento contra a dependência química.[Imagem: Gerado por IA/Copilot]

Antibiótico contra dependência de drogas

A doxiciclina, um antibiótico barato, amplamente utilizado desde a década de 1960 e com efeito neuroprotetor, mostrou-se também promissor no tratamento de transtornos por uso de substâncias químicas e alucinógenas.

Os testes envolveram mais de 300 camundongos em experimentos projetados para avaliar o potencial de abuso da cocaína e da morfina. Os animais tratados com doses da doxiciclina abaixo do recomendado para sua aplicação como antibiótico apresentaram uma redução significativa dos efeitos de recompensa das drogas de abuso.

Esta é a primeira vez que se observa a ação do medicamento contra a dependência química.

Mesmo que ainda não haja "nenhum estudo conduzido em humanos com transtornos por uso de substâncias investigando o efeito da doxiciclina", as evidências mostram que o medicamento é muito mais que um simples antibiótico e, pela segurança de baixas dosagens e dos resultados obtidos agora, poderia "ser redirecionado para o tratamento" desses transtornos, relatou a pesquisadora Amanda Sales, da USP de Ribeirão Preto (SP).

A equipe agora está repetindo os testes com camundongos fêmeas e pretende também avaliar os prováveis mecanismos de ação da doxiciclina e de outro fármaco de estrutura similar, a demeclociclina, além de outros derivados sintéticos desprovidos de atividade antibiótica.

As propriedades da doxiciclina, uma droga que atravessa a barreira hematoencefálica e inibe a ação das metaloproteinases (enzimas importantes na reparação de tecidos celulares) no cérebro, têm sido investigadas como um tratamento potencial nos distúrbios cerebrais. Foi isso que inspirou o estudo sobre os efeitos reforçadores das drogas de abuso e a potencial aplicação nos transtornos por uso de substâncias, que apresentam poucos tratamentos farmacológicos disponíveis.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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