22/10/2019

Antibiótico descoberto em floresta poderá funcionar como probiótico vegetal

Redação do Diário da Saúde
Antibiótico descoberto em floresta poderá funcionar como probiótico vegetal
A bactéria que produz o antibiótico fazolicina forma nódulos nas raízes das plantas de feijão, resultando em uma planta mais robusta (à direita).[Imagem: Dmitrii Y. Travin]

Antibiótico para plantas

Cientistas descobriram um antibiótico produzido por uma bactéria do solo de uma floresta tropical do México que pode ajudar a criar um "probiótico vegetal", além de novos tipos de antibióticos e até ajudar a cultivar plantas mais resistentes.

Os probióticos, que fornecem bactérias amigáveis e benefícios à saúde dos seres humanos, também podem ser benéficos para as plantas, mantendo-as saudáveis e mais robustas.

O novo antibiótico, batizado de fazolicina, impede que bactérias nocivas entrem no sistema radicular das plantas de feijão.

"Esperamos que a bactéria possa ser usada como um 'probiótico vegetal' porque a fazolicina impedirá que outras bactérias potencialmente perigosas cresçam no sistema radicular de plantas importantes para a agricultura," disse o professor Konstantin Severinov, da Universidade Rutgers (EUA). "A resistência aos antibióticos é um grande problema na medicina e na agricultura, e as pesquisas contínuas por novos antibióticos são muito importantes, pois podem fornecer pistas para futuros agentes antibacterianos".

A bactéria que produz a fazolicina é uma espécie até então não identificada de Rhizobium. Ela foi encontrada em uma floresta tropical em Los Tuxtlas, México, no solo e nas raízes do feijão selvagem Phaseolus vulgaris, daí o nome do antibiótico: fazolicina.

Fazolicina

Como outros rizóbios, o micróbio produtor de fazolicina forma nódulos nas raízes do feijão e fornece nitrogênio às plantas, fazendo com que elas cresçam com mais robustez. Ao contrário de outros rizóbios, ela também defende as plantas contra bactérias nocivas.

O fenômeno poderá eventualmente ser explorado em feijões, ervilhas, grão-de-bico, lentilhas, amendoins, soja e outras leguminosas.

Usando análise computacional e bioinformática, a equipe previu a existência da fazolicina e confirmou sua existência no laboratório. Eles revelaram a estrutura atômica do antibiótico e mostraram que ele está ligado e tem como alvo o ribossomo, uma fábrica de produção de proteínas em células bacterianas.

Os cientistas descobriram que podem modificar e controlar a sensibilidade ou suscetibilidade ao antibiótico através da introdução de mutações nos ribossomos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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