01/10/2021

Anticorpos de elite podem nos defender contra mutações e variantes dos vírus

Redação do Diário da Saúde

Anticorpos de elite

Cientistas japoneses criaram o que eles chamam de "anticorpos de elite", que se mostraram capazes de derrotar várias variantes do coronavírus SARS-CoV-2, causador da covid-19, mesmo com uma dose extremamente baixa.

A descoberta foi feita por meio de um novo método que acelerou o processo de descoberta de candidatos a anticorpos, de meses para apenas dez dias.

Nossos corpos produzem anticorpos específicos para impedir a invasão de patógenos. Alguns desses anticorpos são do tipo neutralizante, que se agarra à proteína espícula do vírus, impedindo-o de sequestrar uma célula e fazer dela uma fábrica de novos vírus, que então se espalham pelo corpo.

Os chamados anticorpos de elite - tecnicamente são "anticorpos amplamente neutralizantes" - são moléculas imunes raras, capazes de acompanhar os disfarces usados pelas diferentes variantes de um vírus para mascarar sua proteína de pico.

"Os anticorpos monoclonais que neutralizam o vírus SARS-CoV-2 são até agora a intervenção terapêutica mais promissora," disse o professor Tomoharu Yasuda, da Universidade de Hiroshima. "Os vírus mutantes resistentes às vacinas atuais são um risco potencial, mas realista no futuro próximo. Para nos prepararmos para lutar contra esses vírus e salvar as pessoas dessas doenças infecciosas, precisamos nos apressar no desenvolvimento de medicamentos eficazes contra as cepas amplamente mutantes do SARS-CoV-2."

Identificação do superanticorpos

O problema é que essas moléculas especiais que salvam vidas são difíceis de localizar. Os pesquisadores precisam examinar centenas a milhares de milhões de células B de amostras do sangue de pacientes para encontrar os candidatos mais potentes, que poderão então ser aprimorados e cultivados em laboratórios como anticorpos monoclonais terapêuticos.

Ao descobrir as características típicas dos pacientes que provavelmente carregam anticorpos de elite e otimizar o processo de descoberta, Yasuda e seus colegas reduziram drasticamente o número de células a serem rastreadas, acelerando drasticamente a identificação de candidatos a superanticorpos.

"Nossa abordagem pode ser útil para desenvolver drogas de anticorpos mesmo em outras pandemias futuras, não apenas contra as mutações do SARS-CoV-2," disse Yasuda.

O próximo passo será desenvolver uma tecnologia que acelere para um "ritmo pandêmico" a fabricação de terapias de anticorpos monoclonais eficazes contra futuras cepas de SARS-CoV-2. Todo o processo de fabricação normalmente leva de um a três anos, desde a descoberta de candidatos viáveis até a produção em massa para uso médico.

E, infelizmente, a equipe está ocupada em garantir uma patente para sua nova invenção.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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