09/11/2016

Antidepressivos na gravidez associados com problemas de fala nas crianças

Redação do Diário da Saúde
Antidepressivos na gravidez associados com problemas de fala nas crianças
Alguns pesquisadores defendem que os antidepressivos não funcionam porque tratam o estresse, e não a depressão. [Imagem: Wikimedia]

Problemas de fala

Mães que aviaram receitas de antidepressivos pelo menos duas vezes durante a gravidez apresentaram um risco 37% maior de terem filhos com problemas de fala ou linguagem em comparação com mães também com depressão e outros transtornos psiquiátricos, mas que não foram tratadas com antidepressivos.

Os distúrbios da fala e linguagem incluem problemas de linguagem receptivos e expressivos e aqueles que envolvem a articulação de sons.

Os resultados foram baseados em uma amostra de 845.345 nascimentos na Finlândia, entre 1996 e 2010.

"Pelo que sabemos, este é o primeiro estudo a examinar a relação entre o uso materno de antidepressivos e problemas de fala e linguagem, problemas escolares e distúrbios motores entre os filhos. O estudo tem o mérito da grande amostra e acompanhou os filhos além dos 3 anos de idade," explicou o professor Alan Brown, da Universidade de Colúmbia (EUA).

Gravidade da depressão

Antidepressivos conhecidos como inibidores seletivos da recaptação da serotonina - tais como fluoxetina, citalopram, paroxetina, sertralina, fluvoxamina e escitalopram - atravessam a placenta e entram na circulação fetal.

O professor Brown acrescenta que o uso desses antidepressivos durante a gravidez é crescente, mas ele próprio faz uma ressalva quanto aos resultados, uma vez que o risco de distúrbios de fala também apresentou-se um pouco maior - embora em menor grau - entre as mães não tratadas com antidepressivos.

"Entretanto, a gravidade da depressão materna não pode ser descartada como uma explicação para o aumento dos distúrbios de fala e linguagem entre as mães que receberam mais de uma receita de antidepressivo, e mais estudos são necessários," afirmou.

Os resultados foram publicados na revista médica JAMA Psychiatry.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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