07/08/2018

Aparelho detecta hepatite C com precisão mil vezes maior

Redação do Diário da Saúde
Aparelho detecta hepatite C com precisão mil vezes maior
O aparelho indica em poucos minutos se o paciente tem hepatite C.[Imagem: EESC-USP]

Aparelho para diagnóstico de hepatite

Este aparelho eletrônico indica em poucos minutos se uma pessoa tem hepatite C ou não.

Ele foi desenvolvido por uma equipe da Escola de Engenharia de São Carlos, no interior de São Paulo.

Os exames feitos hoje para identificar a hepatite C são em sua maior parte caros e com baixa precisão.

A pessoa infectada com o vírus da hepatite C (VHC) tem no sangue o anticorpo que combate a doença, o anti-VHC. O novo equipamento detecta se o paciente possui esse anticorpo a partir de uma amostra de sangue usando um pequeno sensor eletroquímico que contém uma proteína do VHC.

"Caso a pessoa possua os anticorpos contra o vírus, eles irão se ligar com a proteína viral, gerando uma reação que diminui a corrente elétrica que passa pelo aparelho. É justamente essa redução na corrente que nos indica a infecção da pessoa," contou João Paulo de Campos da Costa, responsável pelo desenvolvimento do equipamento.

Segundo João Paulo, o aparelho é mil vezes mais sensível na detecção do anti-VHC do que os exames convencionais que, algumas vezes, não são capazes de identificar pequenas quantidades de anticorpos. O dispositivo exibe o diagnóstico em, no máximo, 10 minutos.

Portátil e conectado

Os resultados obtidos pelo aparelho são transmitidos por rede sem fio para um aplicativo de celular que poderá ser utilizado por profissionais da saúde. O aplicativo pode ainda armazenar o exame do paciente em um cartão de memória ou enviá-lo, via e-mail ou redes sociais, ao médico responsável, que irá interpretar o diagnóstico e definir o melhor tratamento da pessoa infectada.

Para auxiliar o médico no tratamento mais específico de cada paciente, o sistema desenvolvido por João Paulo também pode ser programado para quantificar os anticorpos encontrados no soro sanguíneo, e até mesmo atuar no diagnóstico de outras doenças crônicas virais, como o HIV e outros tipos de hepatite.

Outra vantagem é a portabilidade do equipamento, permitindo levar o exame até pessoas com dificuldades de locomoção ou acamadas, que não conseguem se deslocar ao hospital mais próximo, ou mesmo a populações residentes em áreas de difícil acesso.

O aparelho poderá ser facilmente produzido em escala industrial, mas ainda não há previsão de sua comercialização.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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