19/10/2009

As mentiras que meus pais me contaram

Redação do Diário da Saúde
As mentiras que meus pais me contaram
Os pais dizem que a honestidade é a melhor política, mas eles mentem regularmente para os seus filhos como uma forma de influenciar o seu comportamento e as suas emoções.[Imagem: Zeus Box/Wikimedia]

Mentiras convenientes

Os pais dizem que a honestidade é a melhor política, mas eles mentem regularmente para os seus filhos como uma forma de influenciar o seu comportamento e as suas emoções.

A conclusão é de um estudo feito por Gail Heyman, da Universidade de Toronto (Canadá) e Kang Lee, da Universidade da Califórnia (EUA). Eles fizeram duas pesquisas envolvendo o tema, que tem tido pouquíssima atenção dos cientistas, com um número ínfimo de trabalhos publicados.

Os pesquisadores fizeram duas pesquisas, procurando informações sobre as mentiras que os pais contam para seus filhos, tanto com o objetivo de fazê-los ter um comportamento adequado quanto de fazê-los felizes.

Não façam o que eu faço

Em um dos estudos, muitos pais relataram ter dito a seus filhos que coisas ruins aconteceriam se eles não fossem para a cama ou não comessem o que deveriam comer. Por exemplo, uma mãe afirmou ter dito ao filho que, se ele não comesse toda a sua comida, ele iria ficar com espinhas por todo o rosto.

Outros pais relataram a invenção de criaturas mágicas. Um deles explicou: "Nós dissemos à nossa filha que se ela embrulhasse todas as suas chupetas como presentes, uma fada viria pegá-las e dá-las a crianças que precisavam delas... Eu pensei que seria mais saudável eliminar a chupeta, e esta era uma maneira para ela se sentir orgulhosa e especial."

No outro estudo, os pesquisadores examinaram lembranças dos estudantes universitários sobre seus pais mentindo para eles. Os resultados foram semelhantes: os pais frequentemente mentem para os seus filhos mesmo depois de lhes dizer que a mentira é inaceitável.

Paternidade mentirosa

Os pesquisadores se referem a esta prática como "paternidade mentirosa." "Estamos surpresos com a grande ocorrência da paternidade mentirosa", disse Lee. "Além disso, nossas descobertas mostram que, mesmo os pais que ressaltam mais fortemente a importância da honestidade com seus filhos, envolvem-se na paternidade mentirosa."

Embora Heyman acredite que há ocasiões em que é adequado não ser absolutamente verdadeiro com uma criança - "dizer a uma criança de dois anos de idade que você não gostou do seu desenho é simplesmente cruel ", disse ela -, ela incentiva os pais a pensar nas questões e considerar alternativas antes de recorrer à mentira conveniente.

"As crianças algumas vezes se comportam de formas desordenadas ou susceptíveis de prejudicar a elas próprias no longo prazo", disse Heyman. "É comum os pais tentarem várias estratégias, incluindo a mentira, para ganhar respeito. Quando os pais estão fazendo os malabarismos ao longo do dia, as preocupações sobre as possíveis consequências negativas a longo prazo sobre a honestidade das crianças não está, necessariamente, na lista das coisas mais importantes no momento."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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