18/02/2020

Será que eu devo assumir os custos de agir pelo bem comum?

Redação do Diário da Saúde
Será que eu devo assumir os custos de agir pelo bem comum?
Esperar ou agir: Quando se trata de assumir tarefas para a comunidade, muitos aguardam na esperança de que outros tomem as medidas necessárias e assumam os custos.[Imagem: MPG/Sapunkale/Divulgação]

Bem pessoal versus bem comum

Seja na vida profissional ou na vida privada, as pessoas vez e outra se veem em conflito entre o interesse que têm em seu próprio bem-estar e o interesse do grupo social ao qual pertencem.

A situação se torna ainda mais complicada quando o próprio grupo compete com outros grupos pelo bem em questão. Para se antecipar às ações de terceiros, em defesa do próprio grupo, um membro individual do grupo deve tomar uma ação que lhe traz custos pessoais. No entanto, a maioria prefere esperar para ver se algum outro membro do seu próprio grupo dá o primeiro passo e assume o custo.

O dilema se acirra conforme o tempo passa: Se ninguém reagir a tempo, um grupo concorrente pode pegar o bem cobiçado e o próprio grupo pode ir embora de mãos vazias.

Como agir? Quem e quando alguém deve deixar de lado seu próprio interesse para defender o bem comum? E será que não dá para fazer alguma coisa para otimizar esse processo?

Stefano Barbieri e seus colegas do Instituto Max Planck (Alemanha) acreditam ter encontrado respostas a todas essas questões usando a ferramenta preferida dos economistas para estudar como as pessoas se comportam quando há interesses em jogo: a teoria dos jogos.

O jogo dos interesses

Segundo os pesquisadores, toda a dificuldade envolvendo a questão emerge porque as pessoas envolvidas em tais conflitos não reagem no momento ideal - e eles esperam mais, quanto mais altos são os custos para eles próprios em tomar um curso de ação.

É certo que todos conhecem apenas seus próprios custos e apenas suspeitam dos custos que as outras pessoas possam ter. No entanto, o indivíduo com os custos mais baixos acabará por agir para o bem comum do grupo.

Mas há um preço a pagar pela demora. Devido ao atraso, os custos incorridos pela pessoa acabam sendo mais altos do que teriam sido se a decisão tivesse sido tomada prontamente.

É um exemplo clássico onde deixar as coisas "ao sabor do livre mercado" não produz os maiores benefícios nem para o indivíduo e nem para a comunidade.

E o ponto em que o conflito de interesses é resolvido depende não apenas dos custos da ação para cada membro do grupo, mas também do tamanho do grupo: Quanto maior o grupo, maior a probabilidade de haver um membro que tenha custos muito baixos. Mas também maior será a demora com que a ação será tomada.

E chamar todos para uma reunião para decidir quem e quando agir também não necessariamente leva ao resultado desejado, porque, de fato, em grupos maiores, os indivíduos são mais relutantes em agir, dizem os pesquisadores.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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