08/06/2018

Bactérias agem de forma diferente no corpo humano e no laboratório

Redação do Diário da Saúde
Bactérias agem de forma diferente no corpo humano e no laboratório
Micrografia de um biofilme bacteriano de espécies mistas observada em um modelo de infecção crônica. Bactérias Staphylococcus aureus (amarelo) e Pseudomonas aeruginosa (púrpura) organizam-se em aglomerados pequenos e densos de células, chamados agregados.[Imagem: Sophie Darch/Whiteley Lab/Rumbaugh Lab]

Corpo humano é diferente de laboratório

A maior parte do que sabemos hoje sobre bactérias mortais, como a Pseudomonas aeruginosa, foi obtido a partir de estudos feitos em laboratório.

Mas estas informações baseadas em laboratório podem ter sérios limites quanto à capacidade para prever como esses patógenos se comportam quando invadem nosso corpo.

"As bactérias nas infecções humanas são frequentemente tolerantes aos antibióticos, mas quando as cultivamos fora do ser humano elas são altamente suscetíveis," contra o professor Marvin Whiteley, do Instituto de Tecnologia da Geórgia (EUA). "Nós demonstramos que vários genes importantes para a tolerância aos antibióticos são altamente induzidos em humanos em comparação com nossos sistemas de modelagem em laboratório e em camundongos."

"Parece haver algo único no ser humano que está promovendo resistência [aos antibióticos]," acrescentou ele.

Comportamento das bactérias

O que pode estar causando essa diferença ainda é um mistério, embora se saiba que as bactérias são afetadas por seu ambiente.

Entender como os genes bacterianos e seus níveis de expressão diferem nos seres humanos poderia permitir que os pesquisadores procurassem condições laboratoriais que imitassem melhor as condições no corpo humano - e fornecessem uma melhor orientação para o uso dos antibióticos.

Quando se conseguir identificar em detalhes como as bactérias se comportam no corpo humano, em comparação com as configurações padrão de laboratório, estudos adicionais poderão esclarecer se de fato o caso constatado é parte de um quadro mais geral, que cobre diferentes tipos de infecção.

Embora os experimentos tenham focado em um único patógeno problemático, Whiteley acredita que os resultados podem ter implicações mais amplas. "Na verdade, sabemos muito pouco sobre o comportamento das bactérias durante a infecção humana, e a maioria dos sistemas modelo não consegue reproduzir a maioria dos aspectos da infecção humana. Espero que este trabalho seja generalizável para outras bactérias," afirmou ele.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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