05/09/2011

Estamos matando as bactérias amigáveis

Redação do Diário da Saúde

Tiro pela culatra

No afã de eliminar bactérias perigosas, é possível que estejamos também eliminando as bactérias benéficas.

Este é o alerta do Dr. Martin Blaser, da Universidade de Nova Iorque (EUA), em um artigo publicado na última edição da revista Nature.

O Dr. Blaser quer disparar o alarme para a comunidade médica e para o público em geral sobre o uso indiscriminado de antibióticos.

Segundo ele, o exagero pode ter consequências inesperadas, causando mudanças permanentes proteção na flora protetora do corpo e danos ao sistema natural de defesa do organismo.

Pior que superbactéria

A descoberta e o uso de antibióticos tem ajudado a aumentar a expectativa de vida no mundo todo.

No entanto, esses medicamentos não são discriminatórios e destroem também as bactérias amigáveis.

Isso pode ser ainda mais perigoso para a saúde, segundo ele, do que a criação das "superbactérias" resistentes, que têm recebido muita atenção ao longo dos últimos anos.

Ao chegar aos 18 anos, uma criança terá tomado entre 10 e 20 doses de antibióticos.

Isso sem contar os antibióticos que podem ter sido dados às mães durante a gravidez, e que podem afetar as bactérias normais e benéficas que as mães transmitem aos seus filhos.

Mirando no inimigo

Os cientistas descobriram que algumas das bactérias benéficas podem nunca se recuperar dos ataques que estão sofrendo, e que essas extinções podem levar a um aumento da susceptibilidade humana a infecções e doenças.

Como resultado, o uso de antibióticos pode estar contribuindo para o aumento da obesidade, alergias e asma, doenças inflamatórias intestinais e diabetes tipo 1, que estão ocorrendo em todo o mundo.

O Dr. Blaser alerta os médicos para que reduzam o uso desses medicamentos imediatamente, e recomenda o uso de drogas mais específicas em cada caso.

Para ser bem-sucedida, esta mudança vai exigir um esforço significativo para desenvolver novos antibacterianos e novos diagnósticos, que permitam o uso de agentes terapêuticos com mira mais precisa.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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