05/07/2022

Benefícios do exercício em uma pílula? A ciência está mais perto desse objetivo

Redação do Diário da Saúde
Benefícios do exercício em uma pílula? A ciência está mais perto desse objetivo
A ideia é que uma pílula do exercício seja útil para pacientes que não conseguem se exercitar.[Imagem: Unsplash]

Comprimido que substitui exercício?

Pesquisadores identificaram uma molécula no sangue que é produzida quando a pessoa faz exercícios físicos. E, ao testá-la em camundongos, descobriram que essa molécula pode efetivamente reduzir a ingestão de alimentos e a obesidade.

A descoberta melhora nossa compreensão dos processos fisiológicos envolvendo a interação entre exercício e fome, mas também traz de volta a polêmica "pílula do exercício", medicamentos ou suplementos para substituir a atividade física que alguns cientistas acreditam ser possível.

"Nós queríamos entender como o exercício funciona no nível molecular para poder capturar alguns de seus benefícios," contou o professor Jonathan Long, da Universidade de Stanford (EUA). "Por exemplo, pessoas mais velhas ou frágeis, que não podem se exercitar o suficiente, poderão um dia se beneficiar de tomar um medicamento que poderá ajudar a retardar a osteoporose, doenças cardíacas ou outras condições”.

Aminoácido da fome

A descoberta veio quando a equipe realizou análises abrangentes de compostos no plasma sanguíneo de camundongos - as amostras eram coletadas sempre após uma corrida intensa em uma esteira.

A molécula induzida mais significativamente é um aminoácido modificado, batizado de Lac-Phe. Ele é sintetizado a partir do lactato (um subproduto do exercício extenuante que é responsável pela sensação de queimação nos músculos) e fenilalanina (um aminoácido que é um dos blocos de construção das proteínas).

Em camundongos com obesidade induzida por dieta (alimentados com dieta rica em gordura), uma alta dose de Lac-Phe suprimiu a ingestão de alimentos em cerca de 50%, em comparação com camundongos de controle, sem afetar seu movimento ou gasto de energia.

Quando administrado aos camundongos por 10 dias, o aminoácido Lac-Phe reduziu a ingestão cumulativa de alimentos e o peso corporal (devido à perda de gordura corporal) e melhorou a tolerância à glicose.

Intervenção terapêutica

Os pesquisadores também identificaram uma enzima, chamada CNDP2, que está envolvida na produção do Lac-Phe, e demonstraram que os camundongos sem essa enzima não perderam tanto peso em um regime de exercícios quanto um grupo de controle no mesmo plano de exercícios.

"Nossos próximos passos incluem descobrir mais detalhes sobre como o Lac-Phe medeia seus efeitos no corpo, incluindo o cérebro. Nosso objetivo é aprender a modular essa via de exercício para intervenções terapêuticas," disse o Dr. Yong Xu, da Faculdade Baylor de Medicina (EUA).

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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