14/01/2010

Brasil ganha Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias

Redação do Diário da Saúde
Brasil ganha Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias
O Lance é o primeiro laboratório do Brasil voltado exclusivamente para estudos com células-tronco embrionárias. [Imagem: MCT]

Lance futurista

O Lance é o primeiro laboratório do Brasil voltado exclusivamente para estudos com células-tronco embrionárias e é associado à Rede Nacional de Terapia Celular.

O complexo de 250 metros quadrados recebeu os mais modernos equipamentos do mundo, em um investimento de R$ 4 milhões.

Sediado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a principal função do laboratório é produzir células embrionárias humanas pluripotentes e com potencial para transplantes.

Atualmente, seis grupos trabalham com essas células no país, dentre eles o neurocientista e coordenador do Lance, Stevens Rehen: "A nossa expectativa é atender uma rede de 70 laboratórios até março do ano que vem. Já podemos suprir essa demanda. A possibilidade de acesso a células, que seriam muito caras se fossem importadas, deve multiplicar os grupos interessados nesse trabalho", diz Rehen.

Cursos sobre células-tronco

Segundo Rehen, entre as ações adotadas pelo Lance estão previstos cursos para habilitar pesquisadores no manuseio e cultivo das células, além do desenvolvimento de novas metodologias para otimizar a produção.

"A curto e médio prazo queremos capacitar a comunidade científica; no futuro poderemos cultivar em grande escala e colocar o país na vanguarda das pesquisas," diz Rehen.

O Laboratório conta com as parcerias do CNPq, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT).

Potencial terapêutico

Dois tipos de células-tronco serão produzidos: as embrionárias, que são originadas de embriões humanos congelados que seriam descartados pelas clínicas de reprodução; o segundo tipo são as células-tronco de pluripotência induzida, feitas a partir de uma amostra do próprio paciente que recebem material genético de embriões humanos e passam a gerar células de todos os tipos, para qualquer tecido ou órgão. Essa possibilidade traz esperança para o tratamento de várias doenças crônico-degenerativas, para as quais ainda não se dispõe de terapias eficazes.

"Essa área está recebendo uma atenção muito grande em virtude do potencial apresentado nos testes realizados em animais". Apesar do otimismo, o coordenador do Lance lembra que é preciso cautela, pois os primeiros estudos em humanos começam em 2010, nos Estados Unidos. "Precisamos acompanhar o que está sendo feito no resto do mundo", ressalta.

Os principais problemas enfrentados pelos pesquisadores que trabalham com células-tronco são a contaminação por bactérias, a possibilidade de rejeição e o surgimento de tumores nos pacientes. "Por isso trabalhamos para atingir 100% de pureza para o tipo celular desejado", explica o neurocientista.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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