27/09/2019

Brasileiros são campeões em gostar de notícias ruins

Com informações da Umich
Brasileiros são campeões em gostar de notícias ruins
É muito bem comprovado o fato de que o mundo está melhorando, embora a tendência a reclamar e criticar esteja em alta - particularmente no Brasil.[Imagem: Stuart Soroka et al. - 10.1073/pnas.1908369116]

Brasileiros preferem notícias ruins?

Pesquisas mostram regularmente que os norte-americanos respondem mais fortemente a notícias negativas, mas uma pesquisa em nível mundial mostrou que, embora não seja universal, esse é um fenômeno que aparece globalmente, sendo particularmente forte entre os brasileiros.

Além de abarcar voluntários de seis continentes e 17 países - entre eles o Brasil -, o estudo não usou autodeclarações ou depoimentos, mas medições fisiológicas objetivas.

O que se viu é que, na maioria dos países, as pessoas são mais ativadas fisiologicamente por conteúdos negativos do que por conteúdos positivos.

E, independentemente da medida fisiológica usada, o Brasil é um dos países em que há evidências mais claras de um viés negativo nas reações ao conteúdo das notícias, ou seja, a tendência a perceber ou dar ênfase aos acontecimentos negativos do cotidiano.

"Em um período em que as notícias em todo o mundo são especialmente carregadas de negatividade, esse assunto tem um significado óbvio. O Brasil é um dos países em que encontramos um viés negativo estatisticamente significativo, não importando qual medida fisiológica seja utilizada," contou o professor Stuart Soroka, da Universidade de Michigan (EUA).

Gosto pelas notícias ruins

A pesquisa foi motivada por um recurso amplamente reconhecido da comunicação moderna - o tom negativo é um recurso definidor das notícias; as boas notícias, ao contrário, são quase sinônimos da ausência de notícias.

O instrumento utilizado foram as respostas fisiológicas ao conteúdo noticioso. Os entrevistados assistiram sete matérias ordenadas aleatoriamente da emissora britânica BBC em um computador, todas nos idiomas nativos de cada participante.

Todos usavam fones de ouvido com cancelamento de ruído e sensores nos dedos para capturar a condutância da pele, o pulso e o volume de sangue, os indicadores fisiológicos usados para medir a resposta fisiológica a cada notícia.

Das matérias apresentadas, duas foram locais, sendo uma positiva e uma negativa. As cinco restantes foram extraídas de uma amostra de oito histórias, quatro positivas e quatro negativas, todas internacionais.

Pessoas que gostam de notícias boas

Em média, os participantes exibiram maior variabilidade da frequência cardíaca e maior condutância da pele durante as notícias negativas do que nas positivas.

Mas nem todos os países apresentaram um viés de negatividade estatisticamente significativo; e houve um grau muito alto de variação no viés de negatividade entre os indivíduos.

Os pesquisadores concluem que também há uma grande audiência de notícias positivas. As agências de notícias, eles sugerem, podem reconsiderar o ditado, "se há sangue, há manchete."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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