15/03/2013

Brincar livremente é vital para o desenvolvimento saudável

Redação do Diário da Saúde

Livre para brincar e aprender

Técnicas de educação, escolas continuamente monitoradas e pais excessivamente preocupados estão se esquecendo de que as crianças devem ter tempo para brincar livremente.

O alerta é do Dr. Peter Gray, da Universidade Boston College (EUA).

Segundo ele, educadores e pais não estão dando a importância devida ao brincar - ser livre para brincar significa ser livre para aprender.

Brincar livremente, sem monitoramento e sem brincadeiras previamente estruturadas, é crucial para o desenvolvimento psicológico saudável e para que as crianças se preparem para enfrentar os desafios que encontrarão pela vida.

"É brincando com outras crianças, longe dos adultos, que as crianças aprendem a tomar suas próprias decisões, controlar suas emoções e seus impulsos, ver a perspectiva do outro, negociar diferenças, e fazer amigos," diz ele.

"Em suma, é brincando que as crianças aprendem a tomar conta de suas vidas," acrescenta.

Crianças sem tempo

Todas as crianças possuem uma curiosidade inata, elas nascem com uma tendência natural para o lúdico, para a sociabilidade, e com um profundo desejo de aprender.

Os problemas começam com os chamados "pais helicópteros", que impedem as crianças de brincar e exercitar sozinhas e à vontade.

Mais tarde, ao entrarem na escola, o que antes era diversão e engajamento começa a ser algo forçado, seguindo normas estritas.

A partir daí, as crianças começam a experimentar níveis de ansiedade e estresse lá no alto, atolados em lições de casa e atividades extracurriculares excessivas, privadas de tempo para brincar livremente, diz o pesquisador.

Escola coercitiva

"Como chegamos à conclusão de que a melhor maneira de educar os alunos é forçá-los em um ambiente onde eles ficam entediados, infelizes e ansiosos?" pergunta Gray. "Nosso sistema de ensino obrigatório tem aulas obrigatórias, testes padronizados, e parece especialmente concebido para esmagar os impulsos inatos e biológicos de uma criança para o aprendizado."

Segundo ele, esse modelo de escola "coercitiva" foi desenvolvido historicamente para fazer doutrinação, e não para promover o crescimento intelectual das crianças.

"Eu apresento provas convincentes de que, nos últimos 50 anos, conforme as oportunidades das crianças para brincar livremente diminuíram, houve um aumento dramático na ansiedade, na depressão e no suicídio entre jovens, que não tiveram as oportunidades que o livre brincar fornece para encontrar significado e alegria na vida," conclui ele.

A solução? Deixe as crianças brincarem livremente um pouco mais.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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