06/08/2018

Células apontadas como responsáveis por Alzheimer são agentes de limpeza

Redação do Diário da Saúde
Células apontadas como responsáveis por Alzheimer são agentes de limpeza
Células microgliais (verde) se acumulam e proliferam (vermelho) ao redor de uma placa de amiloide beta (azul) - por isso elas têm sido alvo de pesquisas envolvendo Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.[Imagem: Universidade de Southampton]

Microglia

Células imunológicas frequentemente apontadas como responsáveis pela doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas são, na verdade, máquinas de limpeza de precisão que protegem o sistema nervoso central.

A descoberta adiciona novas nuances e mais complexidade ao nosso entendimento das células imunes conhecidas como microglia - a microglia já foi apontada como alvo para combater sintomas do Alzheimer.

"O que estamos descobrindo agora é que, em momentos muito precisos, sejam eles na doença ou em lesões, a microglia faz um bocado de coisas. É importante conhecer o papel e a função dessas células especialmente em relação à busca por terapias humanas," disse o professor Geoffrey Norris, da Universidade da Virginia (EUA).

Os novos dados revelam que uma lesão do sistema nervoso central ativa a microglia e as células respondem com precisão notável. "Parece que as microglias são muito receptivas ao trabalho," disse Norris. "Assim, ao invés de serem boas ou ruins, o que estamos basicamente vendo é que elas estão fazendo o que precisam fazer."

Papel da microglia - para o bem e para o mal

O pesquisador comparou as células a uma equipe de construção derrubando um prédio danificado: "Se você tem um prédio em ruínas depois de um incêndio, você geralmente leva o prédio embora, certo? Você o coloca em caminhões e o leva embora. Isso é o que a microglia está fazendo com esses destroços."

Mas a pesquisa não descarta a possibilidade de que a microglia possa ser muito agressiva nesse trabalho de remoção de detritos, ou talvez algo possa dar errado durante a remoção e contribuir para a doença.

Para continuar a analogia da casa, talvez a equipe de demolição esteja derrubando uma casa levemente danificada, em vez de simplesmente consertá-la. "Se a atividade da microglia é prejudicial ou não é algo que está apenas começando a ser compreendido," disse Norris.

Dependendo da progressão de uma doença, como Alzheimer ou Parkinson, "pode ser que a microglia já tenha feito muito trabalho e você precisaria de outra abordagem," acrescentou Norris.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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