05/07/2021

Células imunológicas podem ser treinadas para combater infecções

Redação do Diário da Saúde
Cientistas descobrem como células imunológicas podem ser treinadas para combater infecções
É uma pesquisa ainda em estágio fundamental, mas com enorme potencial para nos proteger de doenças. [Imagem: Quen J. Cheng et al. - 10.1126/science.abc0269]

Treinamento imunológico

As células imunológicas do nosso corpo lutam naturalmente contra patógenos virais e bacterianos e outros invasores, mas também podem ser reprogramadas - ou "treinadas" - para responder de forma ainda mais agressiva e potente a essas ameaças.

E esse treinamento está agora mais próximo de ser prático.

Quen Cheng e seus colegas da Universidade da Califórnia de Los Angeles descobriram a regra fundamental que norteia esse processo de "reforço" em uma classe particularmente importante de células imunológicas.

Isso pode ajudar a preparar o caminho para estratégias direcionadas para melhorar o sistema imunológico.

Genes acessíveis

Os pesquisadores identificaram o principal mecanismo molecular dentro dos macrófagos - células do sistema imunológico inato que combatem infecções - que determina se, e quão bem, as células podem ser treinadas.

Se o treinamento imunológico ocorre de fato depende de como o DNA da célula é empacotado. Nas células humanas, por exemplo, mais de 2 metros de DNA devem caber no núcleo de cada célula, que é tão pequena que não é visível a olho nu.

Para conseguir essa façanha, o DNA é firmemente acondicionado em cromossomos. Apenas regiões selecionadas do DNA ficam expostas e acessíveis, e apenas os genes nessas regiões acessíveis são capazes de responder e combater a infecção.

No entanto, ao se introduzir um estímulo a um macrófago - por exemplo, uma substância derivada de um patógeno, como no caso de uma vacina - regiões de DNA previamente compactadas podem ser desembrulhadas. Esse desdobramento expõe novos genes que permitirão à célula responder de forma mais agressiva, basicamente treinando-a para lutar contra a próxima infecção.

Proteção ou ataque

O que os pesquisadores descobriram agora é que a dinâmica precisa de uma molécula chave de sinalização imunológica nos macrófagos, chamada NF-kB (fator de transcrição nuclear kB), determina se esse desempacotamento e exposição de genes ocorre ou não.

Além disso, relatam os pesquisadores, a atividade dinâmica do próprio NF-kB é determinada pelo tipo preciso de estímulo extracelular introduzido no macrófago.

"É importante ressaltar que nosso estudo mostra que as células imunes inatas podem ser treinadas para se tornarem mais agressivas apenas por alguns estímulos, e não por outros," explicou Cheng. "Essa especificidade é crítica para a saúde humana porque o treinamento adequado é importante para combater as infecções de maneira eficaz, mas o treinamento inadequado pode resultar em muita inflamação e autoimunidade, o que pode causar danos significativos."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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