24/01/2020

Cientistas confirmam luz emitida pelo olho durante radioterapia

Redação do Diário da Saúde
Luz emitida pelo olho durante radioterapia
Emissão de luz Cherenkov pelo olho é capturada pela primeira vez durante um tratamento de radioterapia.[Imagem: Lesley Jarvis]

Luz emitida pelo olho na radioterapia

Foi capturada pela primeira vez a luz emitida pelo olho humano conforme um paciente se sujeita à radioterapia.

Por décadas, os relatos dos pacientes de verem flashes de luz durante a terapia de radiação, mesmo com os olhos fechados, não eram levados a sério pelos cientistas porque eles não conseguiam ver as tais luzes - alguns até escreveram que era "impossível" que o olho pudesse captar as tais luzes.

Agora, pela primeira vez, eles não só captaram o fenômeno em tempo real, como também conseguiram entender como a luz é produzida no olho quando a radiação passa por ele.

Para conseguir isso, a equipe precisou construir uma tecnologia especial, batizada de "sistema de imagem de câmera CDose", que fornece visualizações ao vivo da emissão de luz gerada por sistemas biológicos (animais e humanos).

"À medida que o feixe de radiação passa pelo olho, a luz é gerada dentro do fluido vítreo. Nossos dados em tempo real mostraram rigorosamente que a quantidade de luz produzida é suficiente para provocar uma sensação visual - um tópico que tem sido debatido na literatura. Ao analisar a composição espectral, também mostramos que essa emissão pode ser classificada como luz Cherenkov - mais uma vez, outro ponto contestado na literatura," disse o pesquisador Irwin Tendler, do Centro Médico Dartmouth-Hitchcock (EUA).

A propósito, o descobridor desse tipo de luz, o físico russo Pavel Cherenkov (1904 - 1990), também teve seu artigo recusado pela revista Nature em 1937 - hoje o fenômeno é largamente aceito, explorado até em telescópios, e conhecido como "radiação Cherenkov".

Benefícios da descoberta

A descoberta da equipe trará grandes benefícios para o tratamento do câncer.

A técnica de imageamento desenvolvida para monitorar os olhos dos pacientes poderá ser usada para monitorar a emissão de luz do olho durante a radioterapia e determinar diretamente se a radiação utilizada está atravessando o olho. "No caso do olho ser um alvo, o método pode confirmar a entrega do feixe; no caso não intencional, pode fornecer evidências de um erro ou mesmo um eventual acidente - como uma verificação de segurança," disse Tendler.

O próximo passo da equipe será correlacionar a luz ocular Cherenkov registrada e a dose administrada de radiação, o que fornecerá informações sobre eventuais efeitos visuais a longo prazo e ajudará no desenvolvimento de ferramentas a serem usadas na previsão e medição da dose ocular.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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