09/10/2023
Cientistas curam paralisia causada por lesão na medula espinhal em animais
Redação do Diário da Saúde
Visualização de projeções regenerativas da medula espinhal torácica inferior, que se projetam para os centros motores responsáveis pela caminhada.[Imagem: EPFL/Neurorestore]
Recuperação da medula espinhal
Em um muito aguardado experimento em animais de laboratório, uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia de Los Angeles, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia e da Universidade de Harvard descobriu um componente crucial para restaurar a atividade funcional após uma lesão na medula espinhal.
Quando a medula espinhal é danificada, a paralisia inicial é seguida pela recuperação extensa e espontânea da função motora. No entanto, após uma lesão medular completa, esta reparação natural da medula espinhal não ocorre e não há recuperação, deixando o paciente paraplégico ou tetraplégico. A recuperação significativa após lesões graves requer estratégias que promovam a regeneração das fibras nervosas, mas as condições necessárias para que essas estratégias restaurem com sucesso a função motora permanecem desconhecidas.
Neste novo experimento, os neurocientistas demonstraram que o crescimento induzido de neurônios específicos de volta às suas regiões-alvo naturais levou à recuperação dos animais, algo que não ocorre quando o crescimento é deixado ao natural, o que o torna aleatório.
Em 2018, a mesma equipe havia identificado uma abordagem de tratamento que faz com que os axônios - as pequenas fibras que ligam as células nervosas e lhes permitem comunicar umas com as outras - voltem a crescer após uma lesão na medula espinal. Mas, ainda que essa abordagem tenha levado com sucesso à regeneração dos axônios em lesões graves da medula espinhal, a recuperação funcional não foi totalmente alcançada.
Agora eles confirmaram que a mera regeneração dos axônios dessas células nervosas através da lesão, sem uma orientação específica, não tem impacto na recuperação funcional. Quando a estratégia foi refinada para incluir o uso de sinais químicos para atrair e guiar a regeneração dos axônios para sua região alvo natural na medula espinhal lombar, foram observadas melhorias significativas na capacidade de caminhar em animais com lesão completa da medula espinhal.
Trabalho pela frente
A equipe afirma que a compreensão de que o restabelecimento das projeções de subpopulações neuronais específicas para as suas regiões alvo naturais é uma promessa significativa para o desenvolvimento de terapias destinadas a restaurar funções neurológicas em animais maiores e em humanos. No entanto, eles também reconhecem a complexidade de promover a regeneração em distâncias mais longas em não roedores, o que exigirá estratégias com características espaciais e temporais intrincadas.
Ainda assim, conclui a equipe, a aplicação dos princípios estabelecidos neste trabalho "irá desbloquear a estrutura para alcançar uma reparação significativa da medula espinal lesionada e poderá acelerar a reparação após outras formas de lesões e doenças do sistema nervoso central".
Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br
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