28/01/2019

Colírio contra retinopatia ganha prêmio de inovação em saúde

Com informações da Agência Fapesp
Colírio contra retinopatia ganha prêmio de inovação em saúde
Prêmio reconhece projetos científicos com potencial de aplicação na área médica.[Imagem: Carlos Della Rocca]

Retinopatia diabética

Um tratamento farmacológico não invasivo para a retinopatia diabética foi o vencedor da 4ª edição do Prêmio Empreenda Saúde, uma iniciativa da Fundação Everis com a participação do Hospital Sírio-Libanês.

O objetivo da premiação, criada em 2015, é incentivar o empreendedorismo e a inovação reconhecendo projetos científicos com potencial de aplicação na área da saúde.

O projeto vencedor da edição de 2018 é o resultado de 20 anos de pesquisas da médica Jacqueline Mendonça Lopes de Faria, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e poderá mudar radicalmente o tratamento da retinopatia diabética.

A doença surge quando o excesso de glicose no sangue provoca danos aos vasos da retina, região do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença a ser tratada pela nova terapia é a principal causa de cegueira irreversível em pessoas na faixa dos 20 aos 74 anos.

Tratamento para retinopatia

A retinopatia é tratada com técnicas invasivas, arriscadas e caras, como fotocoagulação a laser, injeção intraocular de medicações ou cirurgias intraoculares.

O novo tratamento proposto é um colírio desenvolvido com base em nanotecnologia que libera gradativamente o princípio ativo para a retina. "O colírio age nos neurônios da retina, protegendo-os da toxicidade da glicose," explica a pesquisadora.

O colírio já tem patente depositada no Brasil e no exterior, mas ainda levará tempo para que a inovação transforme-se em um medicamento à disposição dos pacientes: "As empresas querem o produto desenvolvido e já certificado pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária" e FDA [órgão regulador de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos]," disse Jacqueline.

Até que isso ocorra, ainda há um longo caminho a percorrer, a começar pelos testes em seres humanos. Por isso, Jacqueline Faria está investindo o valor do prêmio - R$ 50 mil - na contratação de profissionais especializados nos trâmites burocráticos necessários à elaboração de um plano de negócios e à obtenção de certificações. A pesquisadora planeja criar uma empresa para dar continuidade ao projeto.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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