26/03/2020

Como consertar um coração partido - ao modo da bioengenharia

Redação do Diário da Saúde
Como consertar um coração partido - ao modo da bioengenharia
Produto da bioengenharia, o material híbrido funde células com polímeros especiais.[Imagem: Gillian Hendy]

Bioengenharia cardíaca

Engenheiros e biólogos do Trinity College de Dublin (Irlanda) desenvolveram uma malha adesiva que imita aspectos e funções cruciais do tecido cardíaco.

Esse "curativo cardíaco" aguenta as exigências mecânicas e imita as propriedades de sinalização elétrica que permitem que nossos corações bombeiem sangue ritmicamente.

Isso essencialmente nos deixa um passo mais perto de um dispositivo funcional que poderá ser usado para consertar um "coração partido", diz a equipe, referindo-se aos danos sofridos pelo coração durante um infarto, por exemplo.

O objetivo é chegar a emplastros cardíacos revestidos com células vivas que possam ser aplicados cirurgicamente para restaurar o tecido cardíaco em pacientes que sofreram um infarto ou para reparar defeitos cardíacos congênitos em bebês e crianças.

Em um segundo momento, segundo a equipe, poderá ser possível criar curativos sem células, para evitar qualquer problema de rejeição ou infecção, que possam restaurar o batimento síncrono das células cardíacas, sem prejudicar o movimento dos músculos do coração.

Eletroescrita por fusão

A engenharia de materiais de substituição para o tecido cardíaco é desafiadora justamente porque se trata de um órgão que está em constante movimento, com suas contrações e expansões.

As demandas mecânicas do músculo cardíaco (miocárdio) não podem ser atendidas usando os tradicionais polímeros termoplásticos, como os feitos à base de poliéster, que são predominantemente as opções aprovadas para aplicações biomédicas.

Por isso, é preciso procurar alternativas e desenvolver novos materiais.

"O nosso é um dos poucos estudos que pesquisaram um material tradicional e, através de um projeto eficaz, nos permite imitar o movimento mecânico do coração, que é dependente da direção, que pode ser sustentado repetidamente. Isso foi alcançado através de um novo método chamado 'eletroescrita por fusão'. Fomos capazes de personalizar o processo para atender às nossas necessidades de design," disse o professor Michael Monaghan.

A eletroescrita por fusão é uma técnica de fabricação aditiva aparentada da impressão 3D. A diferença em relação às impressoras 3D tradicionais é que um campo elétrico é usado para controlar a liberação da "tinta", na verdade um jato de polímero fundido, que se solidifica rapidamente para formar fibras extremamente finas, que vão se depositando umas sobre as outras até formar a peça final.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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