13/06/2017

Concluído sequenciamento do genoma do caramujo da esquistossomose

Com informações da Agência Brasil
Concluído sequenciamento do genoma do caramujo da esquistossomose
A ideia é usar o genoma do caramujo para torná-lo resistente ao parasita da esquistossomose.[Imagem: CPqRR/Fiocruz]

Genoma do caramujo

Um grupo de 118 pesquisadores de 11 países, dos quais 15 do Brasil, que trabalharam na Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais (Fiocruz Minas), concluíram o sequenciamento do genoma do Biomphalaria glabrata, espécie de caramujo hospedeiro intermediário do verme que causa a esquistossomose. A doença afeta cerca de 240 milhões de pessoas no mundo.

Essa espécie de caramujo é o melhor hospedeiro para a doença na natureza, pela sua distribuição e pela alta suscetibilidade ao parasita.

De acordo com o pesquisador Omar dos Santos Carvalho, essa espécie de caramujo existe em todo lugar no Brasil onde a esquistossomose se apresenta e a disponibilidade do genoma para a comunidade científica abre um caminho importante para novas pesquisas com vistas ao controle do molusco ou que possam torná-lo resistente à infecção ao Schistosoma mansoni, causador da doença.

Resistência à esquistossomose

Pesquisadores já trabalham para tornar esse molusco resistente à infecção ao parasita. Na própria Fiocruz Minas, a doutora Marina Mourão coordena uma pesquisa com financiamento da Comunidade Europeia para tentar descobrir qual é o gene responsável pela facilidade que esse molusco tem para adquirir a esquistossomose, de modo a torná-lo resistente.

O pesquisador Omar Carvalho disse que esse é o grande trabalho a ser feito e terá impacto não só no Brasil, mas em outras partes do mundo que têm a doença, como o Caribe e a África.

"Se algum colega conseguir isso, vai ser um passo extremamente importante no sentido de controlar a esquistossomose", disse o pesquisador. A doença ocorre principalmente no Nordeste do Brasil e há grande prevalência também em Minas Gerais.

Omar Carvalho disse que qualquer pesquisador do mundo pode agora pegar os dados do sequenciamento do genoma dessa espécie de caramujo e utilizar para fazer outra pesquisa. "Depois que está publicado, é de domínio público", lembrou.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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