29/10/2015

Conversar sobre sexo tem mesmo efeito que Viagra Feminino

Redação do Diário da Saúde
Conversar sobre sexo dá mesmo efeito que
Por muito tempo chamado de hormônio do amor, a oxitocina também possui um lado negativo.[Imagem: Wikipedia/MindZiper]

Oxitocina ou placebo

Durante um estudo realizado na Universidade de Viena (Áustria), um tratamento com o hormônio oxitocina melhorou a qualidade da experiência sexual de um grupo de mulheres sofrendo de disfunção sexual.

No entanto, o grupo de controle deste mesmo estudo, que só recebeu um placebo através de um pulverizador nasal, apresentou melhorias semelhantes.

A conclusão dos pesquisadores é que a disfunção sexual nas mulheres não é, portanto, apenas uma questão de uma deficiência hormonal química, mas muitas vezes é também um sinal de falta de comunicação com o parceiro e resultado do estresse diário.

O estudo foi realizado pela equipe da Dra. Michaela Bayerle-Eder e publicado na revista Fertility and Sterility.

"Viagra feminino" não é uma droga milagrosa

A Dra. Michaela aproveitou os resultados de seu estudo para criticar com veemência o chamado "Viagra Feminino".

A droga, chamada flibanserina, só foi aprovada pela FDA dos EUA (Federal Drug Administration) na terceira tentativa - com muitas críticas de inúmeros especialistas em saúde da mulher - e está sendo comercializada nos EUA sob o nome "Addy".

O que a Dra. Michaela destaca é que a droga produziu resultados semelhantes aos do seu próprio estudo durante os testes clínicos - ou seja, as pacientes que receberam placebo também melhoraram.

Pior do que isso, a droga apresenta efeitos colaterais sérios, como tontura, fadiga e náuseas. Isto fez com que a FDA limitasse a prescrição da droga a médicos que foram treinados na sua utilização, que necessitam de uma autorização especial da FDA para isso.

"Dessa forma, ainda estamos muito longe de uma pílula do sexo para as mulheres," disse a pesquisadora.

Química ou conversa

Juntamente com seus parceiros, as 30 mulheres que participam do estudo mantiveram um diário durante os oito meses do tratamento, além de responderem questionários para avaliar como a função sexual mudava ou não para elas durante o tratamento. O grupo de controle recebeu um placebo durante o mesmo período de tempo e completou as mesmas tarefas.

O resultado: embora as vidas sexuais e a satisfação sexual das mulheres que receberam o tratamento com oxitocina - ou ocitocina - tenha melhorado, o grupo que recebeu apenas o placebo também apresentou melhorias significativas.

"Fica claro o fato de que as mulheres pensavam mais sobre sua sexualidade e falavam sobre ela com os seus parceiros durante o curso do estudo trouxe melhorias mensuráveis," concluíram os pesquisadores.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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