10/06/2020

Covid-19: Máscaras e distância pessoal cruciais devido à transmissão por assintomáticos

Redação do Diário da Saúde
covid-19: Máscaras e distância pessoal cruciais devido a transmissão por assintomáticos
Os vírus podem estar contidos nas menores partículas exaladas durante a fala, reforçando a importância do uso de máscaras e do distanciamento das outras pessoas.[Imagem: V. Altounian/Science]

Transmissão por aerossóis

Coincidindo com as medidas de relaxamento da quarentena, com as empresas já começando a reabrir, novos dados indicam ser crucial usar máscaras e se distanciar com segurança das outras pessoas.

Em um artigo publicado pela revista Science, especialistas da Universidade da Califórnia descrevem em detalhes as crescentes evidências de que o SARS-CoV-2, o novo coronavírus que causa a covid-19, pode ser transmitido por pessoas assintomáticas por aerossóis - uma realidade que destaca a importância contínua de testes regulares e em massa, do uso de máscaras e do distanciamento físico fora de casa para reduzir a propagação do vírus.

Um experimento recente estimou que um único minuto falando em voz alta pode gerar entre 1.000 e 100.000 partículas de aerossóis, cada uma com potencial para conter vírus e deixar esses vírus suspensos no ar. Devido ao seu pequeno tamanho, os aerossóis podem permanecer no ar por horas e percorrer longas distâncias. Aerossóis pequenos, contendo vírus, também podem penetrar mais profundamente nos pulmões, enganando o sistema imunológico, o que pode levar a casos mais graves de covid-19.

Se parece que você já ouviu isso antes, lembre-se que os controles tradicionais de doenças respiratórias com base no espaçamento físico foram projetados para reduzir a transmissão de grandes gotículas produzidas nos espirros e tosses dos indivíduos infectados, não visando as gotículas menores, ou aerossóis flutuantes.

No entanto, uma grande fração da disseminação da covid-19 parece estar ocorrendo através da transmissão aérea de aerossóis menores produzidos por indivíduos infectados, mas assintomáticos, durante a respiração e a fala. As gotas menores se depositam em superfícies a até um metro e meio de distância e se espalham por contato. Por outro lado, aerossóis infecciosos podem acumular-se no ar interno e sem circulação por horas, onde podem ser mais facilmente inalados profundamente nos pulmões.

Mantenha distância

De fato, os aerossóis liberados durante a fala normal podem viajar mais de um metro e oitenta centímetros de distãncia. Dado o pouco que se sabe sobre o comportamento aéreo dos aerossóis contendo partículas infecciosas, como os vírus, é difícil definir uma distância segura para o distanciamento físico. No entanto, um perímetro de dois metros e meio sem máscara provavelmente não é suficiente se uma pessoa assintomática estiver ativamente eliminando o vírus, dizem os pesquisadores.

Uma boa comparação é a fumaça dos cigarros: a distância de um fumante à qual você pode sentir o cheiro da fumaça indica a distância em que você também pode inalar aerossóis infecciosos. Muitos fatores afetam a propagação do aerossol em ambientes internos e externos, como fluxo e ventilação do ar, número de pessoas no espaço, tempo de exposição, luz solar, temperatura e umidade.

Use máscara

Ante todas essas novas informações, as máscaras são essenciais. Adequadamente ajustadas, elas fornecem uma barreira física crítica, reduzindo o número de vírus infecciosos na respiração exalada de indivíduos assintomáticos.

Os países que foram mais eficazes em limitar a propagação da covid-19 implementaram o uso universal de máscaras.

Por exemplo, Taiwan (população de 24 milhões), onde as ordens de mascaramento foram universais e rapidamente decretadas, não implementou um bloqueio durante a pandemia - no entanto, o país manteve uma baixa incidência de covid-19, com aproximadamente 441 casos e 7 mortes.

Por outro lado, o estado de Nova York (população de 20 milhões) teve mais de 353.000 casos de covid-19 e 24.000 mortes. No Brasil, nos primeiros dias da pandemia os meios de comunicação chegaram a criticar o uso das máscaras pela população, devido à corrida ao produto, que poderia faltar para os profissionais de saúde.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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