14/05/2024

Criado um anticoagulante sem risco de hemorragia

Redação do Diário da Saúde
Criado um anticoagulante sem risco de hemorragia
Ilustração da ação combinada de duas moléculas que cooperam para inibir a trombina. O antídoto dissocia as duas moléculas, impedindo a cooperatividade.[Imagem: Millicent Dockerill/Nicolas Winssinger]

Remédio com antídoto

Os tratamentos anticoagulantes são cruciais para o tratamento de muitas condições, como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e trombose venosa.

Contudo, as terapias anticoagulantes atuais, como a heparina e a varfarina, apresentam grandes desvantagens, incluindo a necessidade de monitoramento regular da coagulação sanguínea e o risco de hemorragia grave em caso de sobredosagem ou trauma. Cerca de 15% das visitas hospitalares de emergência devido a efeitos adversos de medicamentos são atribuíveis a complicações com tratamentos anticoagulantes.

Para evitar esses inconvenientes graves e caros, uma equipe das universidades de Genebra (Suíça) e Sydney (Austrália) desenvolveu agora um novo anticoagulante projetado para ter uma atividade reversível sob demanda, com um "antídoto" de ação rápida. O antídoto reverte o efeito do anticoagulante de forma rápida e com especificidade.

São duas substâncias que têm como alvo locais distintos da trombina, a proteína cuja ação é central para a coagulação sanguínea. Após a ligação à trombina, estas duas moléculas combinam-se para inibir a sua atividade, reduzindo assim o seu efeito coagulante. O antídoto intervém dissociando essas duas moléculas, neutralizando assim a ação do princípio ativo.

Além de revolucionar o uso de anticoagulantes em cirurgia ou outras aplicações, o mecanismo de ativação e desativação do princípio ativo também poderá ser utilizado em imunoterapia.

"Este avanço vai além do desenvolvimento de um novo anticoagulante e do antídoto associado. A abordagem supramolecular proposta é notavelmente flexível e pode ser facilmente adaptada a outros alvos terapêuticos. Ela é particularmente promissora no campo das imunoterapias," disse Nicolas Winssinger, coordenador da equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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