10/11/2015

Crianças de famílias religiosas mostram menos altruísmo

Redação do Diário da Saúde
Crianças de famílias religiosas mostram menos altruísmo
A espiritualidade tem-se mostrado fortemente associada à saúde, embora tenha havido uma crescente preocupação com a intolerância religiosa de alguns grupos mais conservadores.[Imagem: Utar Sigmal/Wikimedia]

Educação e religião

Muitos acreditam que a religião desempenha um papel essencial no desenvolvimento moral das crianças.

Mas os filhos de pais religiosos podem não ser tão altruístas como esses mesmos pais pensam, de acordo com um estudo internacional liderado por pesquisadores da Universidade de Chicago (EUA), publicado esta semana na revista Current Biology.

Uma equipe de psicólogos do desenvolvimento, liderados pelo Prof. Jean Decety, analisou as percepções e os comportamentos das crianças e seus pais em seis países: Canadá, China, Jordânia, África do Sul, Turquia e EUA.

O estudo avaliou a tendência das crianças para compartilhar coisas - uma medida do seu altruísmo - e sua inclinação para julgar e punir os outros por mau comportamento.

Egoísmo e punição

As crianças das famílias religiosas mostraram-se menos propensas a compartilhar coisas com os outros do que as crianças de famílias não religiosas. A educação religiosa também mostrou-se associada com tendências mais punitivas em resposta a comportamentos antissociais.

Os resultados ficaram em desacordo com as percepções mostradas pelos pais religiosos, que se mostraram mais propensos do que os pais não-religiosos a considerar que seus filhos tinham um alto grau de empatia e sensibilidade ao sofrimento dos outros.

"Nossos resultados contradizem o senso comum e a suposição popular de que crianças de famílias religiosas são mais altruístas e gentis para com os outros. Em nosso estudo, as crianças de famílias de ateus e não-religiosos foram, de fato, mais generosas," disse Decety.

Punições

As crianças das famílias religiosas também se mostraram favoráveis a punições mais fortes para o comportamento antissocial e julgaram esses comportamentos com mais rigor do que as crianças não-religiosas.

Estes resultados estão de acordo com alguns estudos de adultos, que têm identificado atitudes mais punitivas em relação a crimes interpessoais com pessoas pertencentes a religiões institucionalizadas.

O estudo incluiu 1.170 crianças entre as idades de 5 e 12 anos, período do desenvolvimento em que um alto grau de egoísmo é paulatinamente substituído por uma maior consideração das necessidades dos outros.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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