21/05/2008
Crianças que fazem xixi na cama têm tratamento gratuito
Agência USP
Enurese
O Projeto Enurese, realizado no Laboratório de Terapia Comportamental do Instituto de Psicologia (IP) da USP, está com inscrições abertas para atendimento de crianças e adolescentes que fazem xixi na cama. O projeto é coordenado pela professora Edwiges Ferreira de Mattos Silvares e já atendeu, desde 1999, mais de 150 pacientes.
Reflexos psicológicos
O xixi na cama é um problema que afeta cerca de 10% das crianças de 7 anos e pode se estender até a idade adulta, atingido por volta de 1% da população de 18 anos. A criança ou o adolescente que faz xixi na cama geralmente tem prejuízos na sua vida social e familiar.
O enurético pode se sentir estigmatizado, humilhado, tem de guardar um segredo e muitas vezes não pode dormir fora de casa. Isso pode trazer diversos prejuízos na sua vida social e familiar, sendo, portanto, o tratamento recomendado logo que a criança atinja os seis anos de idade. Quanto mais cedo é feito o tratamento, maior a chance de prevenir outros problemas psicológicos.
Tratamento para quem faz xixi na cama
Os tratamentos são realizados por psicólogos formados e pós-graduandos do Instituto de Psicologia, com experiência no acompanhamento das crianças. As crianças devem ser acompanhadas pela família, que fornece informações essenciais para o desenvolvimento do trabalho por meio de questionários respondidos no momento da inscrição.
Depois disso, há uma avaliação feita pela equipe, que encaminha os pacientes para atendimento. Uma avaliação médica adicional feita por uma equipe de psiquiatras do Instituto também poderá ser feita para coletar informações complementares.
Alarme do xixi
A forma de tratamento utilizada é baseada no uso de aparelho de alarme, o método tido como mais eficaz pela literatura científica. O alarme é um dispositivo que emite um sinal sonoro toda vez que a criança inicia a micção na cama, fazendo com que ela seja interrompida.
Após algumas semanas, por meio de um processo de condicionamento, a criança ou o adolescente começa a obter noites secas. Além disso, é feito pelo profissional responsável um acompanhamento de procedimentos complementares, como mudança de hábitos, ingestão de líquidos etc. Esse sistema tem alcançado uma taxa de sucesso situada entre 65% e 80% dos casos, que é considerada alta.
Tratamento gratuito
O tratamento é gratuito e o dispositivo de alarme é emprestado à família durante o período de 28 semanas em que o atendimento ocorre. Para participar, as crianças ou adolescentes devem ter entre 6 e 18 anos, molhar a cama pelo menos duas vezes por semana e não ter uma condição médica associada, como diabetes ou espinha bífida. Além disso, a família precisa ter disponibilidade para comparecer semanalmente ao Centro de Atendimento Psicológico do IPUSP.
Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br
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