28/11/2019

Pacientes com IMC baixo também têm ganhos com cirurgia bariátrica

Redação do Diário da Saúde
Dados contestam critérios de elegibilidade de pacientes para cirurgia bariátrica
No Brasil, a cirurgia bariátrica pode ser feita pelo SUS, mas também apenas para pacientes com IMC acima de 35.[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Cirurgia bariátrica sem restrições

A cirurgia para perda de peso, ou bariátrica, tem demonstrado melhorar ou resolver o diabetes, reduzir ataques cardíacos e derrames, além de atingir o objetivo primário de gerar uma perda de peso significativa.

Mas a operação geralmente tem sido restrita pelos planos de saúde a pessoas com obesidade grave, o que significa um índice de massa corporal (IMC) - uma medida da gordura corporal com base no peso de uma pessoa em relação à sua altura - de 35 ou mais, o que significa sobrepesos de 35 kg ou mais.

Médicos da Universidade de Michigan (EUA), contudo, estão defendendo que esses mesmos benefícios para a saúde podem ser alcançados por pacientes com sobrepeso de 22 a 32 kg e que esses pacientes têm ainda mais chances de atingir um peso saudável, ter uma qualidade de vida mais alta e melhorar ou resolver seu diabetes tipo 2.

De acordo com registros de cirurgias realizadas entre 2006 e 2018, mais de 44.000 pacientes foram submetidos a gastrectomia vertical no estado onde está localizada a Universidade, incluindo 1.073 pacientes com IMC menor que 35, que tinham maior probabilidade de ter diabetes (36,7% vs. 30,9%) e hipertensão (54,2% vs. 51%).

Vantagens da cirurgia bariátrica para IMCs baixos

Os pesquisadores constataram que mais de um terço (36,3%) dos pacientes com IMC baixo atingiram um peso saudável ou um IMC inferior a 25 em um ano, enquanto apenas cerca de 6% dos pacientes com um IMC de 35 ou mais (IMC médio 46,7) foram capazes de fazer o mesmo.

O diabetes havia melhorado tão significativamente nos dois grupos de IMC que quase 80% dos pacientes não precisavam mais tomar medicamentos orais para diabetes e quase dois terços pararam de tomar insulina após um ano. Mais da metade conseguiu interromper a medicação para hipertensão e hiperlipidemia.

O grupo com IMC mais baixo apresentou escores mais altos de bem-estar psicológico (77,9 vs. 73,0), escores de imagem corporal (52,0 vs. 42,6) e taxas de satisfação (90,9% vs. 84,6%). Contudo, as taxas de complicações nas cirurgias foram ligeiramente superiores nos casos IMCs mais baixos (6,9% vs 5,2%).

"Esperamos que o estudo incentive mais pacientes a considerar a cirurgia para perda de peso mais cedo em sua doença e que mais seguradoras de saúde reconheçam os benefícios de diminuir o atual limite de IMC para que mais pessoas que poderiam se beneficiar da cirurgia tenham acesso. A cobertura de seguro é o preço de admissão para a maioria dos pacientes e atualmente está servindo como barreira," disse o professor Oliver Varban, diretor de cirurgia bariátrica da Universidade de Michigan.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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