18/01/2021

Cromossomo artificial transforma fermento em biofábrica

Redação do Diário da Saúde
Cromossomo artificial transforma fermento em biofábrica
Só recentemente os cientistas descobriram que os cromossomos quase nunca têm aquele tradicional formato de X.[Imagem: Cell - 10.1016/j.cell.2020.07.032]

Biofábricas

Cientistas dos Países Baixos construíram um cromossomo artificial na levedura, ou fermento.

O cromossomo sintético coexiste com os cromossomos de levedura naturais, o que significa que ele serve como uma plataforma para adicionar novas funções ao microrganismo.

Essa é a "maquinaria" ideal para construir as chamadas "biofábricas", em que microrganismos são convertidos em fábricas vivas capazes de produzir produtos químicos úteis - e até mesmo medicamentos.

Este é um dos empreendimentos mais promissores atualmente nessa área conhecida como biotecnologia, mas também é difícil porque não é possível fazer todas as mudanças no microrganismo de uma vez só; como são necessárias várias etapas de mudanças, isso normalmente leva a mutações que interrompem as funções que se deseja implantar.

É aí que entra o cromossomo artificial, uma vez que adicionar genes a ele não interfere nas funções existentes da célula que se está tentando transformar em biofábrica.

"Vemos nosso cromossomo sintético como uma plataforma. É uma nova maneira de adicionar funções de forma modular e segura ao fermento - um pouco como juntar peças de LEGO," disse a professora Eline Postma, da Universidade de Tecnologia de Delft.

Fábricas vivas microscópicas

Foi um desafio para os pesquisadores "convencerem" as células de levedura a tratar o cromossomo artificial como um cromossomo real. Mas a abordagem finalmente funcionou: As células de levedura copiaram obedientemente o DNA do cromossomo sintético e os pesquisadores encontraram seu cromossomo sintético em células-filhas gerações depois.

O próximo passo lógico será tirar proveito da nova ferramenta, adicionando todos os tipos de funcionalidades ao cromossomo artificial e transformando o humilde fermento de padeiro em fábricas vivas microscópicas.

Os pesquisadores já deram o primeiro passo nesse sentido: Eles adicionaram ao cromossomo uma via biológica para produzir um pigmento proveniente de uma planta que apresenta propriedades medicinais. E, de fato, as células de levedura passaram a produzir a substância, ainda que em quantidades modestas.

"Em teoria, podemos produzir de forma sustentável, usando leveduras, muitas das substâncias que atualmente produzimos quimicamente. No que diz respeito à biotecnologia, estamos realmente vivendo em uma época fantástica," disse a professora Pascale Lapujade, líder da equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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