10/10/2018

Curativo que emite luz leva terapia de luz para cânceres internos

Redação do Diário da Saúde
Curativo que emite luz leva terapia fotodinâmica para cânceres internos
Este curativo emissor de luz leva a terapia fotodinâmica para o interior do corpo, incluindo órgãos sensíveis.[Imagem: Toshinori Fujie/Waseda University]

Terapia fotodinâmica metronômica

Um dispositivo bioadesivo que emite luz e dotado com tecnologia sem fio é a nova esperança de um melhor tratamento para o câncer em órgãos delicados.

A terapia fotodinâmica (TFD) convencional induz a morte de células cancerígenas usando agentes fotossensibilizantes, que se aglomeram nos tumores e são ativadas com a exposição a uma cor específica da luz. O problema é que a luz tipicamente não penetra nos tecidos, o que torna a técnica ineficaz para tumores internos ou localizados mais profundamente.

Mais recentemente, uma variante conhecida como terapia fotodinâmica metronômica (mTFD), de baixa dose e longa exposição, mostrou-se promissora no tratamento de cânceres em órgãos internos. O problema com a mTFD, no entanto, é que a intensidade da luz é extremamente baixa (1/1000 do método convencional), o que significa que o efeito antitumoral não pode ser alcançado se a fonte de luz se deslocar apenas ligeiramente para longe do tumor, tornando a iluminação insuficiente.

"Para resolver este problema, desenvolvemos um dispositivo optoeletrônico sem fio que se fixa de forma estável sobre a superfície interna de um tecido animal, como um adesivo com nanofolhas elásticas, permitindo uma entrega contínua de luz local ao tumor," explica o professor Toshinori Fujie, na Universidade de Waseda (Japão).

Luz sem fios dentro do corpo

As nanofolhas - folhas na escala dos nanômetros - são modificadas com polidopamina, uma espécie de plástico inspirado na proteína adesiva do mexilhão, que se mostrou capaz de estabilizar o curativo na umidade do tecido animal por mais de 2 semanas, sem necessidade de sutura cirúrgica ou cola médica. Os diodos emissores de luz (LEDs) são alimentados por uma tecnologia de transmissão de eletricidade sem fios chamada comunicação de campo próximo.

Os testes foram feitos em animais por 10 dias consecutivos, usando o agente fotossensibilizador fotofrina e luz vermelha e verde em um nível 1.000 vezes mais baixo do que os tratamentos convencionais de terapia fotodinâmica. O crescimento dos tumores foi significativamente reduzido, especialmente sob luz verde, havendo casos em que o tumor foi completamente erradicado.

"Este dispositivo pode facilitar o tratamento de microtumores difíceis de detectar e lesões profundas, difíceis de alcançar com a fototerapia padrão, sem preocupação com o risco de danos aos tecidos sadios por superaquecimento. Além disso, o dispositivo não requer sutura cirúrgica, é adequado para o tratamento do câncer próximo a nervos e vasos sanguíneos importantes, bem como para órgãos frágeis, que mudam de forma ou que se movem ativamente, como o cérebro, fígado e pâncreas," disse Fujie.

Os resultados dos primeiros testes foram publicados na revista Nature Biomedical Engineering.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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