29/04/2021

Novo antibiótico mata superbactérias por fora

Redação do Diário da Saúde
Novo antibiótico mata superbactérias por fora
A darobactina funciona como uma chave que fecha a entrada de nutrientes da bactéria, levando-a à morte. [Imagem: Hundeep Kaur et al. - 10.1038/s41586-021-03455-w]

Darobactina

O número de bactérias resistentes aos antibióticos - também conhecidas como superbactérias - não para de crescer.

E esses patógenos mais perigosos compartilham uma característica comum: Uma membrana dupla que é difícil de penetrar. Mesmo quando os antibióticos são capazes de invadir essa casca, a bactéria simplesmente os bombeia para fora novamente.

A boa notícia é que um fármaco recentemente descoberto, chamado darobactina, consegue contornar essas medidas de proteção e matar quase todas as bactérias mais problemáticas.

O curioso é que a molécula da darobactina é grande demais para penetrar nas células bacterianas. E, mesmo assim, ela mata muitos patógenos resistentes a antibióticos.

Trancar a porta e quebrar a chave

Pesquisadores agora finalmente conseguiram elucidar o mecanismo de ação que permite que a darobactina drible as defesas das bactérias: Sua forma imita uma estrutura tridimensional especial normalmente encontrada apenas em proteínas produzidas por bactérias justamente para construir sua membrana externa.

A forma dessas proteínas permite que elas se encaixem perfeitamente na membrana externa da bactéria. E a darobactina é uma cópia fiel dessa estrutura, encaixando-se na bactéria como se fosse uma chave em uma fechadura.

No entanto, o fármaco não penetra na bactéria, ele apenas bloqueia o buraco da fechadura pelo lado de fora - como trancar uma porta e quebrar a chave.

Como resultado, a rota de transporte de nutrientes através da casca da bactéria é obstruída e elas morrem, ou seja, a darobactina não atua dentro dos patógenos, mas sim na sua superfície.

Essas descobertas são um passo decisivo para a aplicação médica do composto.

"Identificar o mecanismo de ação da darobactina é uma grande conquista porque permitirá uma melhoria ainda mais direcionada da darobactina e seu desenvolvimento como uma droga eficaz," disse o Dr. Dirk Bumann, da Universidade da Basileia (Suíça).

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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