31/05/2012

Decisões morais e éticas variam conforme a situação

Redação do Diário da Saúde

Ética variável

A sensação de certo ou errado de um indivíduo pode mudar dependendo das atividades que ele está desempenhando no momento da consideração de uma questão.

E isto é feito sem que as pessoas estejam cientes da mudança de sua própria integridade moral.

Esta é a conclusão de um estudo sobre por que as pessoas tomam decisões consideradas éticas ou antiéticas.

Bússola moral

Os pesquisadores estudaram profissionais com dois empregos, como engenheiros que trabalham tanto como engenheiros quanto como gerentes, e médicos que também são militares.

Os resultados mostraram que os engenheiros têm uma perspectiva sobre as questões éticas, mas sua "bússola moral" muda tão logo esses mesmos indivíduos assumem sua função de gestão.

Da mesma forma, médicos/soldados têm visões diferentes sobre vítimas civis, dependendo se acabaram de sair do seu consultório médico ou se estão vindo de uma atividade puramente militar.

Keith Leavitt, da Universidade do Estado de Oregon (EUA), afirma que os trabalhadores que têm um papel duplo em seus empregos mudam seus julgamentos morais com base no que eles acreditam que é esperado deles em cada momento.

"O que nós consideramos como sendo moral algumas vezes depende da plateia para a qual estamos falando naquele momento," continua Leavitt. "Para um médico, uma vida humana não tem preço. Mas se esse mesmo médico é um administrador de um hospital, um certo grau de flexibilidade moral torna-se necessário para cumprir suas obrigações para com os acionistas."

"Quando as pessoas mudam de chapéu, eles frequentemente mudam de bússola moral," garante. "As pessoas gostam de pensar que são inerentemente criaturas morais - você tem caráter ou você não tem caráter. Mas nossos estudos mostram que a mesma pessoa pode tomar uma decisão completamente diferente baseada no chapéu que está usando no momento, muitas vezes sem sequer se dar conta disso."

Agir conscientemente

E como evitar que a função leve os profissionais a tomarem atitudes antiéticas?

Segundo o pesquisador, podem ser usados desde o treinamento explícito, fazendo com que os profissionais tornem-se conscientes dessas "trocas de bússola", até até sinalizações bem mais sutis, como quadros e mensagens nas paredes.

"As organizações e as empresas precisam reconhecer que imagens sutis podem dar aos empregados pistas não-conscientes sobre os valores da empresa," disse ele.

Para os profissionais, o recado é mais direto: faça tudo de forma consciente.

"Nós descobrimos que as pessoas tendem a tomar decisões que podem conflitar com sua moral quando estão sobrecarregadas ou quando estão apenas fazendo as tarefas de forma rotineira, sem pensar nas consequências", disse Leavitt. "Assim, a regra é, acalme-se e pense nas consequências quando tomar uma decisão ética."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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