23/04/2021

Descobertas diferenças cruciais no autismo entre meninos e meninas

Redação do Diário da Saúde
Descobertas diferenças cruciais no autismo entre meninos e meninas
O autismo nas meninas e nos meninos é diferente geneticamente e se manifesta em diferentes regiões do cérebro. [Imagem: Hatice EROL/Pixabay]

Resistência genética

Os dados mostram que o autismo ocorre com muito mais frequência em meninos do que em meninas, e que as meninas parecem ter uma maior resiliência para desenvolver a condição.

O que não está claro é por que isso acontece.

Pesquisadores descobriram agora que o autismo se desenvolve em regiões diferentes do cérebro nas meninas e nos meninos, e que as meninas com autismo têm um número maior de mutações genéticas do que os meninos.

Isso indica que é necessário um "golpe genético" maior para que as meninas desenvolvam o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

"Sabemos muito pouco sobre como o autismo se desenvolve no cérebro," disse a Dra Abha Gupta, da Universidade de Yale (EUA). "É importante ser capaz de focar em locais onde a disfunção pode surgir, porque isso nos dá mais firmeza para onde olhar no cérebro. Precisamos ser precisos sobre isso."

Autismo

Uma das razões pelas quais os pesquisadores não sabem mais sobre por que o autismo tende a afetar mais os meninos do que as meninas é o fato de que a maioria dos estudos tem sido baseada em amostras predominantemente masculinas, já que há muito mais pacientes do sexo masculino.

Para este estudo, contudo, os pesquisadores selecionaram uma amostra equilibrada de meninos e meninas de 8 a 17 anos, incluindo 45 meninas e 47 meninos com autismo e, como grupo de controle, 45 meninas e 47 meninos com desenvolvimento típico.

Os pesquisadores se concentraram em como os cérebros com e sem autismo processam o movimento - crianças com autismo não percebem facilmente as pistas sociais e têm dificuldade em ler as reações.

Diferenças no autismo entre meninos e meninas

Usando uma tecnologia de imageamento cerebral chamada ressonância magnética funcional, os pesquisadores descobriram que o saber convencional, aceito pela comunidade médica, de que a região do sulco temporal superior posterior constitui uma "assinatura neural" para o autismo é verdadeira basicamente só para os meninos.

Nas neuroimagens feitas nas meninas, eles descobriram que a região do cérebro envolvida no autismo é outra, chamada estriado, que controla a cognição, recompensa e movimentos coordenados.

Eles também descobriram que meninas com autismo têm um número maior de mutações genéticas - conhecidas como variações do número de cópias - na região do estriado. Isso sugere que as meninas precisam de um número maior de mutações genéticas para desenvolver autismo.

Finalmente, as imagens revelaram que as meninas autistas usam diferentes seções de seus cérebros em comparação com as garotas que não tinham autismo. E, o mais surpreendente, a diferença entre meninas com e sem autismo não é a mesma que a diferença no cérebro observada ao comparar meninos com e sem autismo, revelando diferentes mecanismos cerebrais em ação no autismo dependendo do sexo.

"A esperança, a visão, é que de alguma forma possamos gerenciar esses efeitos protetores para entender melhor o que torna algumas pessoas mais resistentes ao desenvolvimento do autismo e alavancar isso de alguma forma em alvos potenciais para o tratamento," disse Gupta.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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