17/03/2015

Você doaria sangue ou tecidos para qualquer pesquisa científica?

Redação do Diário da Saúde
Você doaria sangue ou tecidos para qualquer pesquisa científica?
Os doadores reagem mal quando são mencionados projetos de pesquisa específicos envolvendo aborto, vacinas, células-tronco embrionárias - ou lucros.[Imagem: G.L. Kohuth]

Doações para pesquisas

Quando doa sangue, plasma, tecido humano ou qualquer outra amostra corporal para pesquisas médicas e científicas, a maioria das pessoas eventualmente não pensa sobre como essas partes do seu corpo serão usadas.

Mas será que essa informação modificaria sua disposição em se tornar um doador?

Uma pesquisa entre doadores voluntários indicou que a maioria das pessoas está disposta a doar apenas sabendo que sua contribuição irá para pesquisas.

Contudo, quando cenários específicos são inseridos na informação, a disposição de se tornar um doador pode se alterar radicalmente.

Depende da pesquisa

Quase 68% das pessoas revelou-se disposta a doar mediante uma permissão para que o material fosse utilizado uma única vez para qualquer pesquisa considerada eticamente aceitável - em contraponto a um armazenamento dos tecidos para qualquer uso futuro.

No entanto, esse percentual cai drasticamente quando são mencionados projetos de pesquisa específicos envolvendo aborto, vacinas, células-tronco embrionárias e estudos que levarão ao desenvolvimento de produtos comerciais que visam lucro.

Mais da metade dos participantes se recusaria a dar seu consentimento se as amostras que doam fossem usadas em pesquisas envolvendo o aborto, enquanto 45% não daria esse tipo de permissão se sua doação fosse usada visando o lucro.

O único projeto cuja citação levou a um aumento na intenção dos doadores foi o cultivo de células-tronco para desenvolver tecidos ou órgãos para uso em pesquisas - 70% das pessoas dariam consentimento para patrocinar esse tipo de estudo.

A restrição dos doadores ao uso comercial é especialmente problemática, uma vez que praticamente todas as pesquisas científicas - apesar da aura de benemerência que envolve essa expressão - acabam nas mãos de empresas privadas que se tornam responsáveis pela fabricação dos medicamentos - com o objetivo de ter lucro com suas vendas.

Biobancos

Segundo Tom Tomlinson e Raymond De Vries, da Universidade de Michigan (EUA), responsáveis pela pesquisa, estes resultados dão aos biobancos motivos para repensar sua transparência e a forma como obtêm o consentimento das pessoas para as pesquisas que eles conduzem ou apoiam.

"Os biobancos estão-se tornando cada vez mais importantes para a pesquisa em saúde, por isso é importante compreender essas preocupações e quão transparentes estas instituições precisam ser quanto às pesquisas que elas apoiam. Nós mostramos que as preocupações que as pessoas têm podem afetar seu desejo de doar," afirmaram os pesquisadores.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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