03/03/2022

Dois estudos mensuram risco de trombose das vacinas AstraZeneca contra covid-19

Redação do Diário da Saúde
Dois estudos mensuram risco de trombose das vacinas AstraZeneca contra covid-19
Pesquisadores revisaram o impacto da vacinação contra a covid-19 na trombose venosa cerebral. [Imagem: Hailshadow/CC-BY 4.0]

Trombose venosa cerebral

Há um risco ligeiramente mais elevado de eventos de trombose intracraniana após a vacinação com a vacina AstraZeneca ChAdOx1-S, de acordo com dois novos estudos publicados na revista científica PLOS Medicine.

O primeiro artigo, de William Whiteley e colegas da Universidade de Edimburgo (Reino Unido) analisou os registros eletrônicos de saúde de 46 milhões de adultos na Inglaterra.

O segundo artigo, de outra equipe da mesma universidade, liderada por Steven Kerr, usou um conjunto de dados de 11 milhões de adultos na Inglaterra, Escócia e País de Gales.

Ambos os bancos de dados continham casos de trombose - quando um coágulo sanguíneo bloqueia uma veia ou artéria - relatados após a vacinação com a vacina Astra Zeneca ChAdOx1-S contra a covid-19.

No entanto, as taxas de eventos venosos e arteriais comuns, incluindo acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, trombose venosa profunda e embolia pulmonar, são difíceis de mensurar com base apenas em relatos de casos.

Risco até duas vezes maior

No primeiro estudo, Whiteley e seus colegas mostram que, para as pessoas com menos de 70 anos, os riscos de eventos trombóticos arteriais e venosos foram comparáveis nos 28 dias após a vacinação, mas um pequeno aumento na taxa de trombose venosa intracraniana foi observado após a vacina ChAdOx1-S.

Isso correspondeu a um excesso de risco estimado entre 0,9 e 3 casos por milhão (variando por idade e sexo), o que é aproximadamente o dobro da taxa observada em pessoas não vacinadas, após ajuste para uma série de características demográficas e comorbidades. O mesmo efeito não foi observado após a vacina BNT162b2, da Pfizer.

Já para os pessoas com 70 anos ou mais, os riscos de eventos trombóticos arteriais e venosos foram ligeiramente menores nos 28 dias após a vacinação com a vacina BNT162b2 ou ChAdOx1-S, após ajuste para um variedade de características demográficas e comorbidades.

No segundo estudo, os pesquisadores compararam a taxa de eventos de trombose do seio venoso cerebral (TVC) - um tipo raro de coágulo sanguíneo no cérebro - nos 90 dias anteriores à vacinação e nas quatro semanas após a primeira dose de ChAdOx1-S ou BNT162b2.

Foi observado uma pequena elevação do risco de eventos TVC após a vacinação com ChAdOx1-S, equivalente a um evento adicional por 4 milhões de pessoas vacinadas, o que é aproximadamente duas vezes maior do que antes da vacinação. O estudo não encontrou associação entre a vacina BNT162b2 e TVC.

Os autores de ambos os estudos alertam que o baixo número de eventos gerais de TVC e outros subtipos de trombose, mesmo em grandes coortes, dificulta estimativas precisas dos riscos. Eles planejam realizar estudos futuros para incluir outras vacinas, bem como vacinas secundárias e de reforço.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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