07/05/2021

Dor no pescoço: Não é só a postura que influi

Redação do Diário da Saúde

Dor no pescoço

Com cerca de 80% dos empregos sendo sedentários, muitas vezes exigindo que os funcionários passem várias horas sentados, curvados em frente à tela do computador, a dor no pescoço é um risco ocupacional crescente.

Celulares e outros dispositivos também fazem com que as pessoas dobrem o pescoço por períodos prolongados.

Mas uma nova pesquisa sugere que a má postura não é a única culpada por estas dores.

Tanto fatores pessoais quanto a hora do dia desempenham um papel importante na força e na resistência do pescoço.

Múltiplos fatores

Pesquisadores descobriram que, embora as posturas inadequadas do pescoço e da cabeça sejam os principais determinantes da dor no pescoço, o índice de massa corporal, a idade e a hora do dia também influenciam a capacidade do pescoço de realizar movimentos sustentados ou repetidos.

"Nosso estudo apontou para uma combinação de fatores pessoais e de trabalho que influenciam fortemente a força e a resistência do pescoço ao longo do tempo. Mais importante, uma vez que esses fatores foram identificados, eles podem ser modificados para que o pescoço tenha uma saúde melhor e a dor seja evitada ou diminuída," descreve o professor Xudong Zhang, da Universidade Texas A&M (EUA).

Nos experimentos, os voluntários ficavam sentados e usavam um capacete que lhes permitia exercer uma força mensurável pelo pescoço. Em seguida, os pesquisadores pediam que eles mantivessem o pescoço reto ou inclinado para a frente ou para trás.

Um equipamento ajustável permitia então que os pesquisadores aplicassem uma força na cabeça e no pescoço em várias intensidades. Os testes foram repetidos com voluntários de várias idades e pesos corporais e em diferentes horas do dia.

Dor no pescoço: Não é só a postura que influi
Aparato usado pelos pesquisadores para testar a resistência do pescoço.
[Imagem: Suman K. Chowdhury et al. - 10.1177/0018720820983635]

Índice de massa corporal e hora do dia

Quando Zhang e sua equipe analisaram os dados, eles descobriram que, como esperado, fatores relacionados ao trabalho, como a postura da cabeça/pescoço, desempenham um papel muito importante na determinação da força e resistência do pescoço.

Mas eles também observaram que, embora não houvesse diferença significativa entre homens e mulheres na resistência do pescoço, o índice de massa corporal foi um preditor significativo da resistência do pescoço, com os mais gordinhos apresentando uma resistência significativamente maior.

Além disso, de forma um tanto surpreendente, a hora do dia afeta a capacidade do pescoço de sustentar um esforço sem fadiga, com uma resistência quase 30% maior durante a manhã.

"É intuitivo pensar que, ao longo do dia, nosso pescoço fica mais cansado, pois o usamos mais," comentou Zhang. "Mas cerca de metade dos nossos participantes foram testados de manhã e o restante à tarde. Além disso, alguns dos participantes tinham empregos diurnos e outros trabalhavam no turno da noite. Apesar disso, constatamos consistentemente o efeito da hora do dia na resistência do pescoço."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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