22/10/2024

É difícil admitir que não sabemos o que não sabemos

Redação do Diário da Saúde
É difícil admitir que não sabemos o que não sabemos
Mas cuidado com excesso de informações: Para tomar decisões melhores, não peça informações demais.[Imagem: Gerado por IA/DALL-E]

Viés de informação

Se você acredita firmemente que está certo em uma discussão ou debate com um amigo ou colega, é muito provável que você esteja errado.

Pesquisadores descobriram que as pessoas naturalmente assumem que têm todas as informações de que precisam para tomar uma decisão ou apoiar sua posição, mesmo quando claramente não têm.

Os psicólogos chamaram esse fenômeno de "ilusão de adequação de informações".

"Nós descobrimos que, em geral, as pessoas não param para pensar se pode haver mais informações que as ajudem a tomar uma decisão mais informada," disse o professor Angus Fletcher, da Universidade do Estado de Ohio (EUA). "Se você der às pessoas algumas informações que parecem fazer sentido, a maioria dirá 'Isso parece certo' e seguirá com elas."

Metade da história

Os 1.261 voluntários leram um artigo sobre uma escola fictícia que não tinha água adequada, o que havia levado as autoridades a proporem que essa escola se fundisse com outra melhor abastecida. A seguir, os participantes foram divididos em três grupos: Um grupo leu um texto que apenas dava razões pelas quais a escola deveria se fundir com a outra que tinha água adequada; o texto do segundo grupo apenas dava razões para manter as escolas separadas e esperar por outras soluções; e o terceiro grupo de controle leu todos os argumentos para a fusão das escolas e para que elas permanecessem separadas.

Os resultados mostraram que os dois grupos que leram apenas metade da história - apenas os argumentos pró-fusão ou apenas os argumentos anti-fusão - acreditavam que tinham informações suficientes para tomar uma boa decisão, com a maioria afirmando que seguiria as recomendações do artigo que leram.

Além disso, os participantes que tinham metade das informações mostraram-se muito mais confiantes em sua decisão, e disseram que achavam que a maioria das outras pessoas tomaria a mesma decisão que eles.

"Aqueles com apenas metade das informações estavam realmente mais confiantes em sua decisão de fundir ou manter as escolas separadas do que aqueles que tinham a história completa," disse Fletcher. "Eles estavam bastante certos de que sua decisão era a correta, embora não tivessem todas as informações."

Notícias quase boas

Mas houve uma boa notícia no estudo: Alguns dos participantes que leram apenas um lado da história pediram argumentos do outro lado. E muitos desses participantes mostraram-se dispostos a mudar de ideia sobre sua decisão, tão logo tomaram conhecimento de todos os argumentos.

Mas isso pode não funcionar o tempo todo, especialmente em questões ideológicas arraigadas: Nesses casos, as pessoas podem não confiar em novas informações ou podem tentar reformulá-las para adequá-las às suas visões preexistentes, opinaram os pesquisadores.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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