18/07/2014

Efeito fim de semana em hospitais causa morte de 30 crianças

Redação do Diário da Saúde

Efeito fim de semana

Crianças que se submetem a cirurgias simples - como reparos de hérnia ou remoções de apêndice - no fim de semana são mais propensas a sofrer complicações e até morrer do que crianças que recebem o mesmo tipo de tratamento durante a semana.

Os resultados alarmantes foram divulgados por médicos da renomada Universidade Johns Hopkins (EUA) em um artigo publicado na revista médica Journal of Pediatric Surgery.

E a equipe do Dr. Fizan Abdullah estudou a questão a fundo, analisando os registros cirúrgicos ao longo de 22 anos, envolvendo cerca de 440 mil internações pediátricas em todo o país.

A equipe afirma que, embora o "número de mortes adicional seja pequeno", a diferença marcante entre o risco de morte e de outras complicações aponta para um preocupante "efeito fim de semana" observado em hospitais de todo o país.

Segundo os médicos, isto exige uma análise aprofundada das possíveis falhas de segurança e erros médicos nesses atendimentos fora do horário de expediente normal.

Mortes evitáveis

Os dados revelam que as crianças submetidas a procedimentos de urgência ou emergência nos finais de semana tiverem uma probabilidade 63% maior de morrer do que aquelas tratadas durante a semana - sempre comparando os mesmos procedimentos.

As mortes reais atribuíveis ao "efeito fim de semana" alcançaram 30 crianças ao longo dos 22 anos.

"Numericamente falando, o número de mortes foi pequeno, mas até mesmo uma única morte evitável é demais. Isto exige que examinemos todos os fatores que possam causar ou contribuir para tais ocorrências e encontremos formas de preveni-los," disse o Dr. Abdullah.

Embora procurar as razões para esse efeito fim de semana não tenha sido o objetivo do estudo, os pesquisadores afirmam que alguns possíveis suspeitos incluem a diminuição de pessoal no fim de semana, tempos de resposta mais lentos dos médicos e menor disponibilidade de exames de imagem e de laboratório.

"Estes resultados são preocupantes e, esperamos, um começo de conversa," disse Seth Goldstein, coautor do estudo. "Nosso próximo passo é entender por que, como e o que está por trás dessa disparidade alarmante."

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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