17/07/2009

Empatia do médico cura gripe melhor do que medicamento

Redação do Diário da Saúde

Empatia supera remédio

Alguns medicamentos podem fazer com que você sofra um dia a menos com os sintomas da gripe, mas frequentemente à custa de efeitos colaterais não menos desagradáveis do que a própria gripe.

Agora, uma nova pesquisa mostra, pela primeira vez, que a empatia do médico pode ser uma forma muito melhor para acelerar a recuperação do paciente.

As pessoas se recuperam da gripe comum mais rapidamente se eles acreditarem que seu médico está demonstrando compaixão em relação à sua situação com a doença, segundo um estudo publicado no exemplar de Julho do jornal médico Family Medicine, conduzido por cientistas da Universidade Wisconsin (EUA).

Qualidade da consulta médica

O estudo, feito em clínicas durante o primeiro atendimento aos pacientes, incluiu 350 participantes que tiveram um dentre três tipos de encontro com os médicos: nenhuma interação, uma consulta padrão com discussões sobre o histórico médico e a doença atual, ou uma interação avançada onde o médico fez mais perguntas e demonstrou uma maior preocupação com o paciente.

A seguir os pacientes deram notas aos médicos por meio de um questionário que perguntava se o médicos os haviam feito sentirem-se melhor, se haviam permitido que eles contassem sua história, ouvido o que eles tinham a dizer, entendido suas preocupações, agido positivamente, explicado as coisas claramente, ajudado-os a tomarem controle da situação e se os ajudaram a traçar um plano de ação para a recuperação.

Médico empático cura da gripe

Os 84 pacientes que deram nota máxima aos médicos que os atenderam conseguiram livrar-se da gripe um dia inteiro mais cedo do que os pacientes que deram notas mais baixas aos médicos. Um resultado superior ao dos medicamentos mais eficientes, sem os efeitos colaterais.

Medindo as células imunológicas nas secreções nasais, os pesquisadores também descobriram que os pacientes que deram notas máximas aos médicos adquiriram imunidade à sua gripe dentro de 48 horas depois da consulta.

"Isto mostra que, se você percebe o médico como empático, isto pode influenciar seu sistema imunológico e ajudar você a se recuperar mais rapidamente da gripe," diz David Rakel, coordenador da pesquisa. "De tudo o que foi estudado - zinco, vitamina C, medicamentos antivirais - nada funcionou tão bem em acabar com a gripe quanto [o médico] se importar com os pacientes."

Menor dependência dos remédios

"A chave aqui é o paciente perceber o médico como alguém que se coloca em seu lugar," diz o pesquisador. "Alguém pode ser percebido como tendo compaixão por uma pessoa mas não por outra. As necessidades individuais para encontrar um médico que o paciente acha que acredita nele pode estabelecer um relacionamento terapêutico construtivo. Isso também ressalta a importância do relacionamento no primeiro atendimento, onde cada indivíduo estabelece uma colaboração e um relacionamento com um médico no qual eles confiarão ao longo do tempo."

Rakel afirma que interações mais positivas com os médicos podem encorajar os pacientes a depender menos de remédios para a gripe, que têm contraindicações e efeitos colaterais.

"Medicamentos contra a gripe podem reduzir a duração de uma gripe comum, mas eles têm sérios efeitos colaterais, como náuseas e constipação gastrointestinal," diz o médico. "Importar-se com as pessoas não tem efeitos colaterais e pode de fato melhorar outros aspectos da vida. O paciente pode ir para casa e tratar seu parceiro melhor por causa de um encontro construtivo com o médico."

Mecanismo de cura do próprio corpo

Rakel disse que a ideia de usar aconselhamentos positivos ao lidar com os pacientes já faz parte da formação de novos médicos na Universidade de Wisconsin.

"Nós estamos tentando criar um entendimento em nossos estudantes de medicina que eles podem ter um efeito positivo com qualquer coisa que eles prescrevam com base na forma como eles se relacionam com os outros seres humanos. Não se trata de um truque. Trata-se de ativar os mecanismos de cura do próprio corpo," conclui o médico.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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