09/11/2009

Encarar a doença de frente torna as pessoas mais felizes

Redação do Diário da Saúde
Encarar a doença de frente torna as pessoas mais felizes
"Algumas vezes, se a esperança serve como desculpa para que as pessoas adiem encarar sua vida de frente, ela pode ficar do caminho da felicidade," explica o Dr. Peter Ubel.[Imagem: Univ.Michigan]

Felicidade sem esperança

Manter uma crença rígida na cura pode não tornar as pessoas mais felizes quando elas lidam com doenças crônicas.

Os pacientes nessas condições que sentiam que sua situação era irreversível relataram uma qualidade de vida superior à daqueles que ainda alimentavam a fé em uma eventual cura.

"A esperança é uma parte importante da felicidade," diz o Dr. Peter Ubel, da Universidade de Michigan (EUA), que coordenou o estudo que ele chama de "felicidade dos sem-esperança."

"Mas há um lado ruim na esperança," continua o pesquisador. "Algumas vezes, se a esperança serve como desculpa para que as pessoas adiem encarar sua vida de frente, ela pode ficar do caminho da felicidade."

Pacientes colostomizados

Os resultados mostraram que as pessoas não se adaptam bem a situações que elas acreditam que serão passageiras. O Dr. Peter e seus colegas estudaram pacientes que passaram por colostomias: seus cólons foram retirados e eles passaram a usar bolsas externas para coleta dos resíduos.

Quando passaram pela colostomia, alguns pacientes ouviram de seus médicos que a colostomia era reversível, que eles passariam por uma segunda cirurgia dentro de alguns meses para reconstruir seus intestinos. Outros receberam a notícia de que a colostomia era permanente e que eles nunca teriam um intestino normal novamente.

Acompanhados ao longo dos seis meses seguintes à cirurgia, o segundo grupo - chamado de sem-esperança - relatou ser mais feliz do que aqueles que acreditavam que a situação seria revertida.

Encarando a vida como ela é

"Nós acreditamos que eles são mais felizes porque eles voltam a tomar conta de suas vidas. Eles se deram conta que as cartas haviam sido jogadas e reconheceram que não tinham mais chances de jogar com aquelas cartas antigas," diz o Dr. Peter.

"O outro grupo continua esperando que a sua colostomia seja revertida. Eles contrastam a sua vida atual com a vida que gostariam de levar, e isto não valoriza muito a sua situação real," conclui o pesquisador.

A pesquisa foi publicada no exemplar deste mês do jornal médico Health Psychology.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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